Brasil bate recorde na geração de empregos

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Ministério do Trabalho divulgou hoje os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

De acordo com os dados divulgados, foram criados mais de 246 mil novos postos de trabalhos no mês de novembro. Este número representa um recorde histórico para o período.

Os novos empregos gerados correspondem ao dobro do recorde registrado em novembro de 2007, quando já tinham sido criados mais de 124 mil novas oportunidades.

Com geração destes novos postos de trabalho, o governo do presidente Lula acumula de janeiro a novembro mais de 1,4 milhão de novos empregos.

Na rota da geração de empregos, 5 grandes setores de atividade econômica apresentaram resultados recordes.

Os setores recordistas foram o de Comércio com mais de 116 mil novos empregos, seguido pelos setores de Serviços, Indústria de Transformação, Construção Civil e Extrativa Mineral.

Ainda, 25 estados da união apresentaram crescimento no nível de emprego, sendo que 17 deste estados também apresentaram índices recordes.

Na análise regional, o Sudeste apresenta a maior geração de empregos, seguido pelas regiões Sul, Nordeste e Norte que também registraram desempenhos recordes.

Somente a região Centro-Oeste registrou recuo nos postos de trabalho, por motivos sazonais negativos relacionados ao agronegócio. A produção agrícola está sendo gravemente afetado pelas bruscas mudanças no clima.

Além dos números recordes o que chama atenção, nos dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, é que historicamente no mês de novembro verificam-se reduções no ritmo de crescimento. Esta mudança de comportamento do mercado de trabalho brasileiro mostra que a economia do país está experimentando uma estabilidade inédita na geração de empregos.

 

Três editais de cultura com inscrições abertas

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Ministério da Cultura, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), abre inscrição de três editais (Brasília 50 anos, Curta Criança, e Longa DOC) voltados à produção de conteúdo audiovisual. As incrições vão até 25 de janeiro de 2010.

Brasília 50 anos - o edital prevê incentivo de R$ 400 mil para produção de um documentário inédito sobre o tema: Brasília 50 Anos - da Construção à inauguração, com 52 minutos de duração.

Curta Criança - o edital vai apoiar com R$ 70 mil a produção de 13 obras audiovisuais inéditas, de curta-metragem, dos gêneros ficção ou documentário em ação direta ou animação, com temática voltada à infância.

Longa DOC - na primeira seleção do edital serão classificados 10 projetos de documentários, dos quais cinco serão selecionados. Cada um receberá um prêmio no valor de R$ 600 mil para produção do longa-metragem.

Saiba mais sobre os editais.

Informações ao proponente: concurso.sav@cultura.gov.br ou à imprensa audiovisual@cultura.gov.br

 

Programa Nacional do PT

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



TVPT

PT 30 anos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Aprovação do presidente Lula sobe para 83% e do governo vai a 72%, aponta Ibope

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A aprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 81% em setembro para 83% em novembro, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta segunda-feira (7). A confiança no presidente também melhorou, saindo dos 76% para 78% no mesmo período. A rejeição, por sua vez, regrediu de 17% para 14%. 

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a aprovação à sua maneira de governar o país também subiram em novembro em relação aos índices registrados em setembro.Para 72% dos entrevistados, o governo é "ótimo" ou "bom", acima dos 69 por cento em setembro.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 26 e 30 de novembro em 143 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais

 

Senado vota projeto do vale-cultura dia 12

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O projeto de lei da Câmara (PLC 221/09), que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e cria o vale-cultura será votado pelo plenário do Senado até o próximo dia 12. A matéria foi aprovada na quarta-feira (2) pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Educação (CE) e de Assuntos Sociais (CAS) da Casa. Como tramita em regime de urgência constitucional, terá que ser apreciado no prazo de dez dias. Caso contrário, passará a bloquear as votações.

Pela proposta, o vale-cultura terá o valor mensal de R$ 50 e beneficiará os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos. Com o vale, o trabalhador poderá ir a shows musicais, espetáculos de dança e visitar museus. Além disso, poderá adquirir produtos culturais como livros e DVDs.

O benefício atingirá também os funcionários públicos federais e os aposentados na mesma faixa salarial. Neste último caso, o valor será de R$ 30, tendo em vista que, por causa do Estatuto do Idoso, esse contingente da população já recebe alguns incentivos, como meia entrada nos cinemas e espetáculos teatrais. No caso dos servidores estaduais e municipais, a concessão do vale-cultura ficará a critério dos governos locais.

Até o final do ano outros projetos importantes para o setor deverão ser enviados ao Congresso. Entre eles, o que cria o Plano Nacional da Cultura, definindo as políticas públicas para os próximos dez anos, e a Proposta de Emenda Constitucional 150, através da qual União, Estados/Distrito Federal e Municípios serão obrigados a destinar 2%, 1,5% e 1% para incentivo das atividades culturais.

CNT/Sensus: Governo Lula é melhor que o de FHC para 76% dos brasileiros

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta segunda feira (23), comprova que a grande maioria do povo brasileiro considera o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva muito melhor do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Para 76%, os sete anos do governo Lula são melhores que os oito anos da era FHC, 10% acreditam que Fernando Henrique foi melhor e 11,1% afirmaram que os dois governos são iguais. A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 16 e 20 de novembro e entrevistou 2 mil pessoas. A margem de erro é de 3%.

A pesquisa traz também a avaliação do governo e do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que aumentou de 76,8% para 78,9% desde a última sondagem, em setembro. O índice de aprovação do governo federal também aumentou: de 65,4% para 70%.

Os brasileiros entrevistados falaram sobre a expectativa para 2010 e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para os candidatos à Presidência da República nas eleições de 2010. Na última pesquisa, 20,8% dos entrevistados disseram que votariam no candidato a presidente da República apoiado por Lula; 31,4% poderiam votar; 20,2% não votariam e 24,6% somente conhecendo o candidato para poder decidir.

Segundo o presidente da CNT, Clésio Andrade, a ministra Dilma Rousseff começa a estimular a guerra eleitoral, crescendo nas simulações e se favorecendo da avaliação negativa da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O Serra cai em função do apoio do Fernando Henrique, que fala em nome dele, independente dele querer ou não. O apoio ostensivo de FHC é prejudicial", disse Andrade.

"Ao longo dos últimos 12 meses, Serra perdeu 15 pontos nas intenções de voto", disse Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Na primeira lista que inclui todos os prováveis candidatos à presidência da República, José Serra aparece com 31,8%, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 21,7%, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) tem 17,5% das intenções de votos e a senadora Marina Silva (PV) apresenta 5,9%.

Brasileiro otimista

O índice de avaliação do cidadão, com relação a percepções sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança pública nos últimos seis meses, melhorou, passando de 45,84 pontos em maio para 47,79 em setembro.

A pesquisa CNT/Sensus também mostrou que melhorou o índice de expectativa do cidadão, que inclui expectativas sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança pública para os próximos seis meses. O indicador passou de 69,93 para 71,95 pontos.

O Brasil tem seu Fernando Lugo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Por: Elenice Oliveira

Está publicado no blog do Cláudio Humberto que: "Uma ex-empregada afirma ter um filho com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília. O rapaz, hoje com 20 anos de idade, é Leonardo dos Santos Pereira que trabalha como carregador (auxiliara de serviços gerais) em um órgão público, na Esplanada dos Ministérios. Ele nasceu da relação do então senador FHC com sua empregada Maria Helena Pereira, uma negra que o impressionava por sua formosura. Leonardo é considerado muito parecido com o pai.

Demitida com o filho nos braços, Maria Helena só recebeu 130 mil dos R$ 250 mil prometidos, e uma pequena casa em Santa Maria (DF). Quem administrava o segredo e os pagamentos a Maria Helena, diz ela ,era o ex senador Ney Suassuna (PB) que depois virou ministro.

Esta notícia mostra quem verdadeiramente é Fernando Henrique Cardoso, um carrasco, e agora torna-se público como age nos bastidores com mulheres, como age depois que engravida mulheres, como age com crianças indefesas. Leonardo dos Santos Pereira foi abandonado por um pai irresponsável.

Está explicado porque d. Ruth assinou manifesto contra as cotas.

Eu estou revoltadíssima com esta notícia, que explica o titulo do livro de Ali Kamel "Não somos racistas", "Somos carrascos, hipócritas, falsários, incompetentes, traidores, machistas".

Governo quer marco para regular setor de comunicações

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Texto com 59 propostas, a ser apresentado em conferência em dezembro, quer fortalecer veículos públicos e regionais
Sugestões de várias pastas foram enviadas a delegados do encontro; pacote inclui regras de direito de resposta e ajuda para pequeno jornal.

O governo federal compilou e encaminhou aos delegados da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada no mês que vem em Brasília, pelo menos 59 propostas de mudanças no marco regulatório do setor. As sugestões, encaminhadas por vários ministérios, em geral, fortalecem os veículos estatais e públicos, incentivam a imprensa regional e criam mecanismos para fiscalizar o setor privado de rádio e TV.

Autora da proposta, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) diz que a supressão da lei de imprensa neste ano pelo Judiciário deixou o setor "sem regulação específica".

A Secom, encaminhou à Confecom a ideia de criar "mecanismos menos onerosos de verificação de audiência e circulação", o que "permitirá a jornais e rádios menores receber publicidade institucional ou de utilidade pública".

O ministério propõe, ainda, que o governo "crie mecanismos de compra de insumos básicos, como o papel-jornal, para os pequenos jornais, similares aos modelos disponíveis aos grandes", "melhorando sua competitividade".

O pacote de propostas começou a ser submetido aos debates nos Estados que vão elaborar a agenda da Confecom. O documento final da conferência poderá servir de base para o governo definir um novo marco regulatório do setor.

Marcada para ocorrer de 14 a 17 de dezembro, a Confecom é uma iniciativa do presidente Lula. Deve ser a última conferência monotemática deste ano -já foram realizadas quase 60 de outros assuntos.

A Secom também quer proibir ocupantes de cargos públicos de receber outorgas de rádio e TV. Hoje, há limitações para congressistas. A proposta fala ainda em regular "a prática de proselitismo religioso" em rádio e TV, reforçar a fiscalização para coibir a venda de horário na grade de TVs e rádios e garantir investimento publicitário em canais comunitários.

O Ministério da Cultura formalizou a defesa de uma política de "restrição à propriedade cruzada" de veículos de comunicação e da obrigatoriedade das emissoras de TV de veicular programas produzidos por produtoras independentes.

 

 

Emprego formal bate recorde em outubro e já passa de 1 milhão em 2009, diz Caged

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro registrou a criação de 230.956 empregos formais, um resultado recorde para o mês, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (16).

De janeiro a outubro deste ano, segundo dados do ministério, foram criadas 1.163.607 vagas formais. Na semana passada, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já havia adiantado que a criação de vagas ultrapassaria 1 milhão no acumulado do ano até outubro.

Em outubro, foram admitidos 1.433.915 trabalhadores, enquanto 1.202.959 foram demitidos. Segundo o Ministério do Trabalho, pelo terceiro mês consecutivo, o número de empregos gerados com carteira assinada superou a marca de 200 mil.

O resultado de outubro se deve ao desempenho recorde em cinco dos oito setores da atividade econômica. O principal destaque foi a indústria de transformação, que ampliou o seu quadro em 74.552 novos postos. Outros setores com contrações líquidas recordes foram serviços (69.581), comércio (68.516), construção civil (26.156) e extrativa mineral (1.157).

Berzoini: Oposição pode “sonhar de novo” porque apagão não cola em Dilma

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirmou nesta quinta-feira (12) que a oposição pode ''sonhar de novo'' porque o apagão da última terça-feira não vai colar na candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência no ano que vem.

Segundo ele, as "aves de rapina" não se aguentam de felicidade com o blecaute e criam factóides para enterrar a candidatura escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Pode sonhar com outra coisa. Tentaram colar a gripe suína, a crise aérea, a CPI da Petrobras. A oposição vive de factóides e fracassam no mês seguinte. Precisam torcer muito para que aconteça outra coisa (para pegar na ministra e no presidente)", disse.

Berzoini disse que não é possível comparar o apagão de 2001 com o de ontem, que classificou de "incidente". Ele se refere ao racionamento de energia no país em 2001, que foi colocado em prática após o blecaute de 1999, quando 70% do país foi atingido, deixando 76 milhões de brasileiros no escuro e causando prejuízos.

"Todos nós nos preocupamos, é claro, mas é óbvio que isso foi um incidente localizado. Nosso modelo elétrico é muito bem sucedido. Aquilo [em 2001,durante a gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso] foi crise energética", afirmou o presidente nacional do PT.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, 18 Estados foram atingidos pelo blecaute de terça-feira (10), que deixou no escuro por cerca de 6h grande parte do país e também do Paraguai. São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo ficaram totalmente às escuras. Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram atingidos parcialmente. Distrito Federal também sofreu blecaute.

( Portal do PT)

Os números da Cemig que Aécio esconde

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os investimentos nas redes e instalações foram cortados, agências fechadas e, mais de 1.561 postos de trabalho eliminados.

O choque de gestão, tão alardeado pelos tucanos em toda minas gerais, não passa de um sucateamento do estado e precarização das condições de trabalho dos servidores.

Desde a posse de Aécio em 2003:

- O tempo médio de falta de energia por consumidor aumentou 27%;
- Cemig fechou 1561 dos postos de trabalho;
- Morte de 59 trabalhadores vítimas de acidentes na Cemig, 51 eram terceirizados;
- A justiça condenou a Cemig a pagar mais de R$ 12,5 milhões em ações judiciais por práticas antissindicais (perseguição aos trabalhadores e ao sindicato);
- O governo mineiro cobra o ICMS de 30% na conta de luz do consumidor residencial, o mais alto do país. Enquanto o ICMS para bebidas alcoólicas é de apenas 12%;
- Nos últimos sete anos não houve investimentos da Cemig em usinas no Estado. O Governo Federal, por meio de Furnas, é que está construindo cinco usinas em Minas.

Berzoini: Oposição pode "sonhar de novo" porque apagão não cola em Dilma

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirmou nesta quinta-feira (12) que a oposição pode ''sonhar de novo'' porque o apagão da última terça-feira não vai colar na candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência no ano que vem.
Segundo ele, as "aves de rapina" não se aguentam de felicidade com o blecaute e criam factóides para enterrar a candidatura escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Pode sonhar com outra coisa. Tentaram colar a gripe suína, a crise aérea, a CPI da Petrobras. A oposição vive de factóides e fracassam no mês seguinte. Precisam torcer muito para que aconteça outra coisa (para pegar na ministra e no presidente)", disse.
Berzoini disse que não é possível comparar o apagão de 2001 com o de ontem, que classificou de "incidente". Ele se refere ao racionamento de energia no país em 2001, que foi colocado em prática após o blecaute de 1999, quando 70% do país foi atingido, deixando 76 milhões de brasileiros no escuro e causando prejuízos.
"Todos nós nos preocupamos, é claro, mas é óbvio que isso foi um incidente localizado. Nosso modelo elétrico é muito bem sucedido. Aquilo [em 2001,durante a gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso] foi crise energética", afirmou o presidente nacional do PT.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, 18 Estados foram atingidos pelo blecaute de terça-feira (10), que deixou no escuro por cerca de 6h grande parte do país e também do Paraguai. São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo ficaram totalmente às escuras. Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram atingidos parcialmente. Distrito Federal também sofreu blecaute.

( Portal do PT)

Auditores acusam Aécio de favorecer sonegadores

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dos sete estados que integram as regiões Sul e Sudeste, Minas Gerais é o único que registra queda na arrecadação do ICMS em 2009. O governador Aécio Neves (PSDB) culpa exclusivamente a crise econômica e, em nome dela, cortou R$ 450 milhões em investimentos atingindo as áreas da saúde, educação e segurança. Mas o Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco-MG) aponta outra causa para a perda de receita que, de janeiro a outubro, chegou a R$ 1,7 bilhão. De acordo com a entidade, o resultado negativo da arrecadação de ICMS é fortemente influenciado pela má gestão das políticas fiscais do Governo Aécio.

“Não podemos pactuar com o discurso de que a crise financeira foi a única responsável pela queda na arrecadação. Temos a obrigação de denunciar o desmonte da estrutura de fiscalização em Minas Gerais”, alerta o presidente do Sindifisco-MG, Matias Bakir Faria.

Pelas contas do Sindifisco, a cada ano o Estado deixa de arrecadar R$ 4,6 bilhões em conseqüência da concessão de regimes especiais que desoneram grandes empresas do pagamento de tributos. Em muitos casos os benefícios contrariam a determinação do Código Tributário Nacional (CTN) que impede a concessão de anistia fiscal a empresas que praticam crimes como fraude e simulação tributária. Bakir cita o exemplo da Sada Transportes que, em 2008, foi anistiada do pagamento de R$ 95 milhões em ICMS, juros e multas.

Outro benefício contestado pelo Sindifisco é o Protocolo de Intenções. Neste regime fiscal, empresas ganham isenção tributária e, em contrapartida, se comprometem a gerar emprego e renda para a comunidade onde se instalam. De acordo com os auditores, esse benefício é utilizado de forma indiscriminada, sem haver o devido acompanhamento do governo.

“Um estado que, em sete anos, aumentou sua dívida consolidada de R$ 35 bilhões para R$ 60 bilhões não pode se dar ao luxo de conceder tantas isenções fiscais”, afirma o presidente do sindicato.

Os auditores também acusam o governador Aécio Neves de patrocinar o desmonte da estrutura de fiscalização e planejam entrar com uma representação junto ao Ministério Publico contra o fechamento de postos da Receita Estadual localizados em rodovias mineiras. Em 2009, o governador mandou fechar sete postos e outros 15 serão desativados nos próximos meses. Os auditores advertem que essa iniciativa, além de inconstitucional, facilita a ação dos sonegadores e reduz, ainda mais, a arrecadação do Estado.

Eles se opõem também à criação da Superintendência de Fiscalização, que centraliza o planejamento e a coordenação das atividades de fiscalização dos tributos estaduais, transferindo para seus diretores a responsabilidade pela emissão de multas. O problema, segundo Matias Bakir, é que os diretores responsáveis por essas atividades ocupam cargos comissionados ficando mais vulneráveis às pressões externas.

“Nunca houve tanta pressão do governo do Estado como agora. Pedidos de cancelamentos de processos e multas são comuns nesta administração. Esta superintendência veio para facilitar a interferência do governo”, denuncia.

Fonte: Brasília Confidencial

Do blog do Juca Kfouri

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Covardia de Aécio Neves

Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio.

Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral.

A imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos.

Nota: Às 15h18, o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa.

O blog a mantém inalterada.

Por Juca Kfouri

Adeus, periferia

Para o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, nomeado para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, o Brasil tornou-se mais relevante

Cynara  Menezes

Pouco conhecido e muito falado, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães deixou a Secretaria de Relações Exteriores do Itamaraty para ocupar, há duas semanas, a- Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Trata-se do homem acusado de tentar doutrinar diplomatas e de ser o representante do anti-imperialismo mais retrógrado nas relações internacionais do governo Lula.


O tempo lhe deu razão ao defender a política Sul-Sul, de favorecimento das relações com a África e os vizinhos sul-americanos. Em entrevista exclusiva à Carta Capital, o embaixador, que aos 70 anos estava às vésperas de se aposentar do serviço público, assume seu nacionalismo e as restrições à globalização, e acusa os governos anteriores de terem se alinhado "em excesso" aos EUA.


Chamado de "guru de Hugo Chávez" pelo próprio Lula, Guimarães recebeu do presidente a incumbência de planejar estratégias para 2022, quando se completam 200 anos de independência. Muito embora, para o autor de Quinhentos Anos de Periferia (Contraponto Editora), o futuro do "país do futuro" já tenha chegado. "Ainda há muito a ser feito, mas o Brasil está deixando a periferia, sem dúvida."

Juanita e o passado sinistro do Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores atravessou todo o período da ditadura militar como se vivéssemos no melhor dos mundos, enquanto perseguia diplomatas - intelectuais como Antonio Houaiss, Vinícius de Morais, João Cabral de Melo Neto entre muitos. E prestou-se a papéis indignos mesmo antes do golpe de 1964. Vale a pena lembrar tais coisas embora neste momento o Itamaraty, com o ministro Celso Amorim à frente, conduza com sucesso uma política externa exemplar. O artigo é de Argemiro Ferreira.

 

Argemiro Ferreira

 

Há uma particularidade insólita sobre nosso ministério das Relações Exteriores, o velho Itamaraty. Sempre desfrutou de boa imagem, menos por merecê-la do que pela prática nefasta, talvez de muitos anos, de varrer a sujeira para debaixo do tapete. Atravessou, por exemplo, todo o período da ditadura militar como se vivéssemos no melhor dos mundos, enquanto perseguia diplomatas - intelectuais como Antonio Houaiss, Vinícius de Morais, João Cabral de Melo Neto entre muitos. E prestou-se a papéis indignos mesmo antes do golpe de 1964.

Vale a pena lembrar tais coisas embora neste momento o Itamaraty, com o ministro Celso Amorim à frente, conduza com sucesso uma política externa exemplar. O que sugere revisitar a questão é a iniciativa de uma cubana de Miami, 76 anos de idade, notória pelo detalhe de ser irmã de Fidel e Raul Castro, de revelar num prolixo livro de memórias (Fidel y Raúl, Mis Hermanos – La Historia Secreta, 432 páginas), ter sido agente da CIA, central de espionagem dos EUA, graças à diplomacia brasileira.

Juanita Castro não fez a revelação nesses termos, mas o que escreveu (ou o que escreveu para ela a co-autora mexicana Maria Antonieta Collins, especialista em livros de auto-ajuda que ensinam dietas, receitas, como lidar com ex-maridos, livrar-se do vício do cartão de crédito, etc) permite chegar a tal conclusão. Sem atribuir explicitiamente a carreira de espiã à nossa diplomacia, ela diz ter sido recrutada para a atividade pouco nobre através da mulher do embaixador Vasco Leitão da Cunha, que então servia em Havana.

O péssimo exemplo da embaixatriz

É conveniente esclarecer que, entre outras coisas, agora Juanita se diz traída duas vezes - uma pelo irmão Fidel, a outra pela CIA e os EUA. No primeiro caso, a gente entende: como governante Fidel optou por cuidar dos problemas do país, não dos interesses da família. Quanto ao país que a recebeu, queixou-se de que a CIA no governo do presidente Nixon, eleito em 1968, pediu a ela para mudar o discurso e sustar os ataques a Cuba e Fidel - ou seja, dizer o contrário do que dizia até então.

Mas voltemos à diplomacia. Como chefe da missão do Brasil, o embaixador Leitão da Cunha recebera Juanita como asilada em 1958, ainda no governo JK. Ela alegara correr risco por ser irmã de Fidel, então líder dos guerrilheiros que lutavam contra o ditador Fulgencio Batista. Vitoriosa a revolução no primeiro dia de 1959, ela deixou a embaixada. E em 1961, depois do fracasso (em abril) da invasão da CIA (na baía dos Porcos) a embaixatriz Virginia Leitão, ciente da atividade dela contra o governo revolucionário do irmão, chamou-a para uma conversa. E sugeriu que passasse a colaborar “com uns amigos que conhecem seu trabalho (contra o governo) e querem ajudá-la”.

De acordo com a versão, Virginia encarregou-se de promover o encontro de Juanita com um dos “amigos”, Tony Sforza, então usando o codinome “Enrique”, depois de ter atuado um tempo sob o disfarce de jogador e frequentador de cassinos, com o codinome “Frank Stevens”. Logo depois Juanita passava a operar como agente da CIA em território cubano, com o codinome “Donna”. A se acreditar no livro, durante quase três anos (até 1964, quando foi para os EUA), ela “protegia”, inclusive escondendo em sua casa, críticos e opositores da revolução.

As relações promíscuas de diplomatas
Daí em diante Juanita foi usada permanentemente pela CIA como arma de propaganda. A ligação dela com a espionagem americana não era segredo. Já em 1975, no seu livro Inside the Company - CIA Diary, o ex-espião Philip Agee, citou-a como “agente de propaganda da CIA”. E num livro póstumo de 2005, Spymaster - My Life in the CIA, o célebre Ted Schackley, controvertido ex-chefe de operações da agência, revelou publicamente, pela primeira vez, que o contato da CIA com Juanita Castro tinha sido feito através da embaixatriz brasileira Virginia Leitão da Cunha.

Difícil é entender porque o fato ainda era ocultado no Brasil e porque não se tenta saber mais sobre as relações promíscuas de diplomatas e gente direta ou indiretamente ligada ao Itamaraty, dentro e fora do país? O mesmo livro que fizera (em 1975) a primeira referência à relação de Juanita com a CIA também registrara que no Uruguai, na década de 1960, o embaixador brasileiro Manuel Pio Corrêa atuara como espião da CIA.

Mas só em julho de 2007, graças a série de reportagens do Correio Braziliense durante quatro dias seguidos, o país soube a extensão do papel de Corrêa. Depois de passar pelo Uruguai e pela Argentina ele foi premiado com a secretaria geral do Itamaraty e usou o cargo - e os superpoderes recebidos no governo Castello Branco - para criar insólita máquina de espionagem no ministério, com alcance mundial. Um certo Centro de Informações do Exterior (CIEX) dedicava-se a monitorar em toda parte, com a ajuda de nossos diplomatas, os exilados brasileiros e críticos do regime militar.

D. Hélder e a espionagem de Pio Corrêa
Por alguma razão desconhecida a grande mídia do resto do país, cúmplice do golpe de 1964 e beneficiária da ditadura durante 20 anos, preferiu praticamente ignorar o conteúdo daquelas reportagens. Mas um dos efeitos conspícuos da ação do CIEX pode ter sido a campanha mundial orquestrada pela diplomacia brasileira para impedir a concessão do prêmio Nobel da Paz ao arcebispo Hélder Câmara, que denunciava torturas e abusos contra os direitos humanos no Brasil. A maquinação torpe devia ser hoje motivo de estudo e repúdio na formação dos futuros diplomatas.

Mas os segredos do Itamaraty, ao contrário, parecem intocáveis. No seu livro de memórias, O mundo em que vivi, o próprio Pio Corrêa, ao negar perseguição a Vinícius de Moraes (que se desligou, alega ele, num acordo amistoso) vangloriou-se de ter demitido “pederastas”, “vagabundos” e “bêbados”. Houaiss e João Cabral já eram perseguidos antes da ditadura, como alvos de campanha macarthista liderada, ainda no início da guerra fria, pela Tribuna da Imprensa ao tempo de Carlos Lacerda, que os denunciava como subversivos em manchetes de primeira página.

Seria no mínimo saudável arejar esse passado recente e não perpetuar o sigilo. O Itamaraty foi suspeito antes de ocultar seus erros e ainda os gastos elevados, como se fosse uma caixa preta. O fato de alguém como Virginia Leitão da Cunha - cujo marido ocupou altos cargos, foi até ministro do Exterior da ditadura - ter atuado como espiã a serviço de potência estrangeira, dentro da embaixada brasileira, e recrutado agente para serviço de espionagem de outro país, é vergonha que tem de ser exposta à execração pública, para o exemplo nunca ser seguido. E se deixar de ser feita coisa parecida em relação aos Pio Corrêa da vida, a impunidade funcionará como estímulo no futuro ao mesmo comportamento deprimente - que revela subserviência e rebaixa a qualidade de nossa diplomacia.

Fonte: http://argemiroferreira.wordpress.com/

Sem divulgação com destaque na nossa "imprensa"

Em quase todos os países do mundo, um prêmio internacional concedido ao seu dirigente máximo é divulgado e comemorado, pois é um reconhecimento ás realizações de seu próprio povo. Assim, ao saber do prêmio, todos se sentem orgulhosos e recebem com júbilo o reconhecimento das suas próprias realizações.

No Brasil, ao contrário, a grande imprensa esconde ou releva ao plano secundário os prêmios recebidos pelo atual presidente. Esconde para não dar importância ao seu governante bem sucedido e esconde, sobretudo, para manter o complexo de vira-lata de nosso povo. Julgam que serve melhor aos poderosos o nosso povo oprimido, subalterno e inferiorizado, ou seja, julgam que a altivez do nosso povo é contrária aos interesses da elite econômica do país e das multinacionais que aqui prosperam. A nossa mídia julga e joga pelos interesses com os quais sempre pactuou, em detrimento do nosso povo.

Por: Carceroni

01 de novembro de 2009


Na próxima quinta-feira (5) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe, em Londres, na Inglaterra, prêmio concedido pela Chatham House como forma de reconhecimento por sua atuação nas relações internacionais e na condução da política econômica e social brasileira.

A Chatham House, instituto de assuntos internacionais do Reino Unido, concede o prêmio anualmente e premia Lula como forma de reconhecimento por sua atuação no sentido de reduzir a pobreza no Brasil por meio de políticas econômicas que mantiveram o equilíbrio fiscal e evitaram o aumento da inflação.

O site da Chatham House cita também a atuação de Lula na solução de crises regionais e o estabelecimento da missão de paz no Haiti, além do fortalecimento da inserção do Brasil no cenário global e sua atuação para fomentar o consenso nos foros multilaterais econômicos e comerciais.

O presidente Lula estará em Londres nos dias 4 e 5 e, além da premiação, terá encontros com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e com a rainha Elizabeth II.

Entrevista com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

Carta Capital: Depois de anos no Itamaraty, o senhor está estranhando a mudança para outro ministério?

Samuel Pinheiro Guimarães: Não.Na minha carreira, trabalhei na Sudene, como jornalista na antiga revista Visão, numa grande empresa de engenharia em São Paulo, fu vice-presidente da Embrafilme...


CC: Quando o ministro Celso Amorim en presidente (em 1982), não é? Esta parceria vem de longe.


SPG: Somos amigos desde 1962, eu esta vá no segundo ano do Instituto Rio Branco e ele, no primeiro. Trabalhamos junto várias vezes dentro do Ministério das Relações Exteriores. E nos tornamos consogros: minha filha é casada com o filho dele.


CC: O senhor chegou a ter um cargo n governo Fernando Henrique Cardoso, d qual foi afastado por fazer restrições públicas à entrada do País na Área de Livre Comércio das Américas (Alça), é assim?


SPG: Em 1995, fui designado diretor d Instituto de Pesquisas de Relações Intei nacionais e fiquei no cargo até 2001. Expressei minha opinião sobre o que considerava serem riscos para a economia brasileira se o País viesse a participar da Alca. Em entrevistas, artigos e até no meu livro Quinhentos Anos..., que é anterior, de 1999, onde há todo um capítulo sobre esse tema. Dois anos depois, acharam que o debate não era oportuno. E eu achei que era.


CC: O tempo mostrou que o senhor estava correio.


SPG: Sim, teria sido gravíssimo. Hoje não teríamos o Banco do Brasil como banco estatal, nem a Caixa, nem o BNDES, que foi o que permitiu que escapássemos de um impacto maior da crise financeira. Sofremos um impacto na área de exportações, porque os outros países foram se contraindo. Mas internamente não, em grande parte porque o sistema de crédito brasileiro era regulamentado e, se viesse a ser assinada a Alça, seria altamente desregulamentado. Eram as ideias da época. Por outro lado, não teríamos a Petrobras e, portanto, não sei se teríamos o pré-sal.


CC: O senhor tem se envolvido na questão energética. Será uma de suas prioridades na secretaria?


SPG: Uma das áreas que o presidente indicou foi o desenvolvimento de um projeto para o Brasil em 2022. Isso abrange, naturalmente, energia. Nós gostaríamos, também, que o Brasil tivesse certo nível de renda. Isso significa aumento da produção e aumento dos investimentos, inclusive na área de energia. Outra questão importante é definir uma estratégia de desenvolvimento da Amazônia.


CC: O senhor se considera um nacionalista?
SPG: Considero que coloco os interesses do Brasil, dos brasileiros, das empresas brasileiras, acima dos interesses das que não são.


CC: A política Sul-Sulf oi ideia sua?
SPG: Não me considero formulador da política externa. O presidente e o ministro Celso Amorim tinham uma ideia muito precisa das prioridades. A primeira era a relação com os vizinhos da América do Sul, depois a África. Só aí já temos praticamente dois terços do Sul. O presidente, quando tomou posse, tinha uma vastíssima experiência internacional que na época não se deram conta, tinha feito mais de uma centena de viagens ao exterior. O primeiro mandatário estrangeiro que recebeu em sua casa foi Helmut Schmidt (chanceler alemão de 1974 a 1982), se não me engano. Quando visitou a Líbia pela primeira vez como presidente, com grande preocupação da imprensa, já tinha ido três vezes antes, conhecia o líder da revolução. Era totalmente experiente no trato das questões internacionais. E Celso Amorim já tinha sido embaixador junto às Nações Unidas, em Genebra, em Londres. Também tinha uma vasta experiência internacional, em temas políticos e econômicos, o que não é muito comum. Talvez, pelo que já escrevi, tenha tido possibilidade de colaborar para que certos temas fossem considerados estratégicos, como a questão da integração sul-americana.


CC: O Brasil está deixando a periferia de que o senhor trata no seu livro?
SPG: Ainda há muito a ser feito, mas, sem dúvida, está deixando. O número de pessoas abaixo da linha de pobreza caiu, cresceu a chamada classe média. Aumentou o número de pessoas pobres na universidade, através do ProUni, os empregos formais. O salário mínimo subiu acima da inflação. O Brasil é o segundo maior país subdesenvolvido em termos de ingresso de capitais, depois da China. E os capitais estrangeiros vêm porque é lucrativo, não viriam para perder. Não que muitas coisas não existissem, mas há uma diferença na qualidade e na quantidade muito grande. As exportações se multiplicaram por quatro, o comércio com a África quintuplicou. No entanto, há um silêncio conveniente sobre os sucessos... Pode-se sempre dizer: multiplicou por cinco, mas... E a famosa palavra que hoje se encontra com frequência, "mas"... Como a manchete que vi outro dia: 'O emprego aumentou, mas a informalidade não diminuiu'. Há sempre um "mas".


CC: O senhor acha que existe uma má vontade com o governo?

SPG: Não é má vontade. Hoje em dia, especificamente, há uma questão política, de embate político entre partidas.


CC: A mídia está incluída nisso?

SPG: Diria que há uma insuficiente cobertura das realizações e uma excessiva cobertura de microeventos. Toma-se um pequeno evento, cria-se uma enorme celeuma, depois ele desaparece. Não é comprovado e desaparece. Mas a população brasileira sabe das realizações do governo. Ninguém tem esses índices de popularidade após seis anos e meio por acaso.


CC: Após à escolha do Rio para as Olimpíadas, começou a haver releituras do livro Brasil, o País do Futuro, de Stefan Zweig, antes visto de forma pejorativa, como se o Brasil nunca fosse para...

SPG: Sim, a ideia depreciativa de que o Brasil é do presente, nunca do futuro. Talvez Zweig tenha sido um profeta, talvez o futuro já tenha chegado. O futuro está em curso.


CC: O presidente Lula chama o senhor de guru do Hugo Chávez. Como é isso?

SPG: O presidente Chávez tomou conhecimento do meu livro Quinhentos Anos... e leu, segundo disse, várias vezes. De modo que é uma forma carinhosa de o presidente se manifestar. E um exagero. Chávez não precisa de guru.


CC: Recentemente, o ex-ministro das Relações Exteriores mexicano Jorge Castaneda insinuou em uma entrevista que a ideia de abrigar Manuel Zelaya na embaixada brasileira em Honduras foi sua.

SPG: Não tem nada disso. O presidente Zelaya procurou a Embaixada do Brasil. Ele é o presidente eleito, legítimo, que foi deposto por um golpe de força. Então é o presidente que o Brasil reconhece. Os golpistas é que não podem ter embaixador aqui.


CC: O senhor tem fama de ser um professor muito rígido no Instituto Rio Branco. É mesmo?
SPG: Ao contrário, sou um professor muito leniente. A senhora já encontrou a minha ampulheta? (Foi publicado que Guimarães contava o tempo dos subordinados com uma ampulheta) Nunca existiu. As pessoas vão inventando coisas.


CC: O senhor foi acusado de doutrinar diplomatas, obrigando-os a lerem livros supostamente esquerdistas.


SPG: Era uma ideia de reciclagem. Quando o diplomata retornava ao Brasil, antes de voltar a trabalhar, pedia que lessem certos livros. Primeiro, a vida do Barão do Rio Branco: as pessoas devem conhecei o patrono de sua casa. É um livro do Al varo Lins, considerado a melhor biogra fia do barão. Depois, um livro sobre a economia do Brasil de 1930 a 1964, do profes sor Ricardo Bielchowski, com prefácio de Roberto Campos e Celso Furtado, o que mostra sua isenção. Tanto um economista mais à esquerda quanto outro mais à direita acham que é um livro muito bem-feito. E, por último, Brasil, Argentina e Estados Unidos, de Luiz Alberto Moniz Bandeira. No dia em que ler livros for considerado algo ruim, estaremos muito mal.


CC: Como o senhor responde às acusações de ser antiamericano?
SPG: Não me considero antiamericano sou sempre a favor do Brasil. Os EUA são c país mais importante do mundo. Em todas as questões, a posição americana é muito importante, fundamental. Meio ambiente, comércio, questões militares, políticas Mas a visão dos EUA às vezes é diferente da do Brasil, isso não tem nada de mais Agora, em muitas ocasiões do passado, as pessoas julgaram que era conveniente para o Brasil se alinhar com os EUA de uma forma, na minha opinião, excessiva.


CC: Li que o senhor também detesta a globalização...
SPG: Ninguém pode detestar um fenômeno, a globalização é um processo histórico. Mas talvez o mundo estivesse mais integrado antes da Primeira Guerra Mundial do que hoje. As pessoas podiam viajar sem passaporte, migrar livremente de um país para outro, não havia nenhuma restrição ao fluxo de capital... Se nós tivéssemos cumprido a política neo-liberal que advogava a globalização, estaríamos hoje numa situação dificílima, gravíssima. Se estamos nos recuperando é porque os governos anteriores, ao aplicar as políticas neoliberais, não conseguiram avançar até onde desejavam.


CC: Como o senhor é comunista e se filiou ac PRB, partido do bispo Marcelo Crivella, da Igreja Universal? É um comunismo cristão?

SPG: É outra desinformação. Fui indicado pelo PRB para o cargo, mas não sou filiado ao partido.


CC: E comunista, é?

SPG: Acho que isso não se coloca... Não sou filiado a nenhum partido, nem ao PT. Sou um progressista.

Debate do PED estadual em BH

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Balanço da gestão atual


Questões internas do Partido

Patrus Ananias fala hoje sobre Bolsa Família em rede nacional de rádio e TV

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, fala hoje sobre o Bolsa Família em rede nacional de rádio e televisão. O pronunciamento vai ao ar entre 20h e 21h, dependendo da emissora. 

Patrus Ananias pedirá aos beneficiários do programa que estão há mais de dois anos sem atualizar o cadastro que façam a atualização dos dados até o dia 31 deste mês. 

No pronunciamento, ele falará dos seis anos do Bolsa Família, que atende 12,4 milhões de famílias, e da importância do programa na garantia do direito à alimentação, na permanência das crianças na escola e no acesso aos serviços de saúde.

Lula diz que está convecido de que economia está no rumo certo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (26), em seu programa semanal Café com o Presidente, estar convencido de que a economia brasileira está "no caminho certo". Lula enfatizou que a previsão feita pelo Banco Mundial de que em 2016 o Brasil possa se tornar a 5ª maior economia do mundo é um "desafio".

"O que o Brasil precisa é ter vários anos de crescimento consecutivo para que a gente possa gerar mais empregos, mais renda, aumentar os ganhos dos trabalhadores. A sociedade vai ter mais poder de consumo, as empresas vão produzir mais e nós vamos gerar mais empregos. É uma roda gigante, que não pode parar nunca", disse.

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Hoje estarei em Governador Valadares

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

 


O primeiro debate entre os candidatos à presidência do PT de Minas acontecerá hoje, às 19h, em Governador Valadares. O debate será no auditório da Fiemg, à Av. Brasil, 4000, no centro da cidade.

O segundo debate será no sábado, dia 24/10, às 10h, na sede do diretório municipal, à Rua Timbiras, 2.330, bairro Lourdes, em Belo Horizonte. No mesmo dia, haverá debate das chapas estaduais em Montes Claros, na Câmara Municipal, às 10h.

Em Juiz de Fora, o terceiro debate entre candidatos a presidência será no dia 7/11, às 10h, e, o quarto debate será em Uberlândia, dia 14/11, sábado, à 10h.

Conto com a presença de todos e principalmente do membros das chapas: O Partido que muda Minas, nº 483, que reúne militantes da Região Metropolitana de BH, da Capital, do Vale do Aço, Paraopeba e Médio Piracicaba; a Chapa O Partido que Muda Minas e o Brasil, nº 485, que reúne filiados do Triângulo Mineiro, Sul de Minas, Alto Paranaíba e Centro-Oeste; e a Chapa O Partido que muda Minas e o Brasil com Patrus e Dilma, nº 480, que reúne petistas das regiões Norte, Noroeste, Zona da Mata, os vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce.

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores será no dia 22 de novembro, de 8 às 17h. Os filiados devem acertar a contribuição anual de R$15,00 para votar. Quem tiver dívidas poderá renegociá-las e não estará impedido de votar por causa delas. O PED 2009 será o momento de renovar as presidências e direções municipais, estadual e nacional do PT.

 

Ato em Pouso Alegre

Acontece hoje em Pouso Alegre um ato em apoio à nossa candidatura à presidência do PT de Minas. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, pré-candidato pelo PT ao governo de Minas, estará presente.

O Encontro Regional do PT com Patrus começa a partir das 17h, no Sindicato dos Calçados, à Rua Cel.José Inácio, 78, próximo à Rádio Difusora..

O deputado federal Odair Cunha e o prefeito do PT, de Pouso Alegre, Agnaldo Perugini, recebem Patrus e lideranças regionais, estaduais, além de prefeitos e vereadores da região.

Também será lançado a Chapa 485, O Partido que muda Minas e o Brasil, que disputa o diretório estadual do PT em Minas.

Infelizmente não poderei participar do encontro, pois estarei em Governador Valadares para participar do primeiro debate entre candidatos a presidente do PT/MG.


Projetos de consciência negra nas escolas são selecionados

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Fundação Cultural Palmares publicou no Diário Oficial da União de ontem a relação de projetos selecionados pelo Edital de Ideias Criativas para 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra 2009. O objetivo da iniciativa é enfatizar a influência africana na sociedade brasileira, em especial das nações vindas das ilhas do Golfo da Guiné - Angola, Moçambique, Costa do Marfim, Costa da Malagueta, Serra Leoa, Gâmbia, Nigéria, Libéria e Congo de Bissau - e retomar a herança do negro na formação do Brasil. A finalidade é atingir alunos da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.


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Entrevista com o presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista para o repórter especial da Folha Kennedy Alencar.

O presidente falou da superação da crise, do comportamento dos empresários, sobre a redução do IPI e entre outros temas sobre ele mesmo: "Sempre procuro me comportar com a maior humildade possível. Gosto de falar com o povo. Odeio intermediário com o povo. Esse negócio de gente falar por mim, eu não gosto. Por isso, falo muito".

Clique aqui e leia a entrevista na integra.

Bolsa Família: Governo inclui mais 500 mil famílias no programa

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), dirigido pelo Ministro Patrus Ananias, vai apresentar hoje a terceira expansão - deste ano - do programa Bolsa Família. Serão incluídas mais 500 mil famílias no programa, que chegará a um total de 12,4 milhões de famílias beneficiadas.

A expansão do programa é resultado de estudos do ministério sobre a faixa de renda da maioria dos brasileiros. O MDS corrigiu a faixa de entrada usada como critério para inclusão no programa. O valor passa de R$ 120, para R$ 140 reais para famílias com até três crianças.

Segundo dados do Cedeplar e da Universidade Federal de Minas Gerias, o Bolsa Família tem obtido resultados consideráveis na melhoria de condições de vida dos beneficiários, comparados aos não- beneficiários.

Na educação, por exemplo, dos beneficiários entre 7 e 14 anos a taxa de freqüência escolar é 3,6% acima da taxa comparada aos não- beneficiários. O índice de abandono escolar também caiu. O índice de pessoas trabalhando é de 77%, contra 73% dos não- beneficiários. A pesquisa ainda informa que 95% dos participantes do programa não abandonam o emprego por terem acesso ao benefício.

O programa ainda foi responsável por 17% da queda na desigualdade social, já que de 2003 à 2008, a redução da pobreza foi de 43%. Pelo menos 19,4 milhões de pessoas superaram a condição de pobreza no período e só na região de Minas, o risco de desnutrição infantil caiu 30%.

Para obter mais informações entre em www.mds.gov.br/bolsafamilia

Revitalização do rio São Francisco vai beneficiar 12 milhões em quase 400 cidades

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Uma obra que vem sendo discutida no Brasil desde meados do século 19 finalmente vem tomando corpo no sertão do País, para levar água, desenvolvimento e dignidade a cidades de seis Estados brasileiros -- Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Ceará e Paraíba.
O projeto de revitalização do rio São Francisco e sua integração com a Bacia Hidrográfica da região vai fazer o Nordeste brasileiro dar um salto de desenvolvimento.

Quando concluídas, as obras beneficiarão mais de 12 milhões de pessoas e 398 municípios, oferecendo acesso à água para consumo, irrigação e pequena agricultura, além de sistemas de saneamento básico. O próprio rio São Francisco também ganhará com a obra, tendo suas margens e matas ciliares recuperadas.

As obras de revitalização e integração do rio São Francisco também significam um incremento para a economia da região, já que boa parte da mão-de-obra foi contratada pelas empresas nas cidades locais. Cerca de 8 mil trabalhadores da região estão empregados na obra -- até o final do ano serão 10 mil.

Mais emprego significa mais renda, mais consumo, mais desenvolvimento. “É uma obra muito importante e vai tornar as regiões brasileiras menos desiguais”, afirmou o presidente Lula na edição desta semana do seu programa de rádio Café com o Presidente.

Fonte: Blog do Planalto

Candidatos à presidência nacional do PT participam de debate amanhã

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Amanhã às 19 horas em Brasília, será realizado o primeiro debate entre os candidatos a presidente nacional do PT no Processo de Eleições Diretas (PED) 2009. Ao todo serão realizados nove debates em capitais, conforme definição da Comissão de Organização Eleitoral Nacional a qual sou membro.

Para este primeiro debate, já estão confirmadas as presenças dos seis candidatos que disputam a presidência do partido: Markus Sokol, Iriny Lopes, José Eduardo Cardozo, Geraldo Magela, Zé Eduardo Dutra e Serge Goulart. O debate ocorre no auditório do Hotel San Marco, no Setor Hoteleiro Sul.

Até os argentinos reconhecem a liderança do Brasil na região

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ontem, o jornal argentino La Nación afirmou que o Brasil se consolida como "líder regional e ator global de primeira ordem". O texto, intitulado "Brasil, nas grandes ligas", elogia especialmente o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os editorialistas fazem sua análise a partir do que chamam de "dois troféus" recebidos por Lula em sua recente viagem à capital dinamarquesa, Copenhague: a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíada de 2016 e o apoio da União Europeia ao modelo brasileiro de combate ao desmatamento, que será apresentado na mais importante reunião sobre o clima do ano, que ocorre em dezembro, também em Copenhague.

O jornal observa que "em 2011 terminará o segundo período de Lula". Mas seus feitos terão vida longa: "Terminará também esta tendência? Não. Definitivamente não. Em 2014, o Brasil será sede do campeonato mundial de futebol; em 2016, o Rio de Janeiro receberá os atletas (olímpicos)".

Os editorialistas explicam por que, apesar da crise, "o Brasil recebe investimentos diretos em maior volume que a Argentina" e tem recursos para emprestar ao FMI. E por que, de quebra, "em cada cúpula da Unasul, os olhares apontam para Lula e os ouvidos esperam suas reflexões"?

O Jornal registra que toda esta influência do governo do Presidente Lula, “no plano político”, deve ser; “porque ele cumpriu sua palavra empenhada sem desmerecer às instituições nem às pessoas que pensam diferente; e porque nunca teve a estranha ideia de construir um trem bala onde falta comida."

Governo já concluiu mais de 900 obras do Programa de Aceleração do Crescimento

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O 8º balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), divulgado nesta quinta-feira (8), aponta que 39% das obras monitoradas estão concluídas, de acordo com levantamento feito em agosto deste ano. São mais de 900 ações do programa já concluídas pelo governo federal.

Desde o início do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em janeiro de 2007, até agosto deste ano, os investimentos no programa do governo federal totalizam R$ 338,4 bilhões. O montante equivale a 53,6% do total previsto para ser aplicado até 2010.

Clique aqui para ver a apresentação.

Emprego na indústria cresce pela segunda vez consecutiva, mostra IBGE

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O emprego industrial teve, em agosto, uma alta de 0,3%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a segunda variação mensal positiva, na série sem ajuste sazonal.


Com isso, o índice de média móvel trimestral, que vinha apresentando menor ritmo de queda desde fevereiro último, registrou a primeira variação positiva (0,2%) desde novembro do ano passado, segundo o instituto.
A folha de pagamento real (descontada a inflação) da indústria caiu 0,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE.Em 12 meses, porém, a folha do setor prossegue em trajetória positiva, com alta de 0,3% até agosto.

O Tombo

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Obra prima de criatividade. Confiram e divulguem. Um certo candidato a presidente de uma certa república leva um tombo....


http://www.youtube.com/watch?v=2VxMoJ4JmBE

Duas trajetórias distintas

Nas horas mais difíceis se revela a personalidade – as forças e as fraquezas - de cada um. Os franceses puderam fazer esse teste quando foram invadidos e tinham que se decidir entre compactuar com o governo capitulacionsista de Vichy ou participar da resistência. Os italianos podiam optar entre participar da resistência clandestina ou aderir ao regime fascista. Os alemães perguntam a seus pais onde estavam no momento do nazismo.

No Brasil também, na hora negra da ditadura militar, formos todos testados na nossa firmeza na decisão de lutar contra a ditadura, entre aderir ao regime surgido do golpe, tentar ficar alheios a todas as brutalidades que sucediam ou somar-se à resistência. Poderíamos olhar para trás, para saber onde estava cada um naquele período.

Dois personagens que aparecem como pré-candidatos à presidência são casos opostos de comportamento e daí podemos julgar seu caráter, exatamente no momento mais difícil, quando não era possível esconder seus comportamentos, sua personalidade, sua coragem para enfrentar dificuldades, seus valores.

José Serra era dirigente estudantil, tinha sido presidente do Grêmio Politécnico, da Escola de Engenharia da USP. Já com aquela ânsia de poder que seguiu caracterizando-o por toda a vida, brigou duramente até conseguir ser presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo e, com os mesmos meios de não se deter diante de nada, chegou a ser presidente da UNE.

Com esse cargo participou do comício da Central do Brasil, em março de 1964, poucas semanas antes do golpe. Nesse evento, foi mais radical do que todos os que discursaram, não apenas de Jango, mas de Miguel Arraes e mesmo de Leonel Brizola.

No dia do golpe, poucos dias depois, da mesma forma que as outras organizações de massa, a UNE, por seu presidente, decretou greve geral. Esperava-se que iria comandar o processo de resistência estudantil, a partir do cargo pelo qual havia lutado tanto e para o qual havia sido eleito.

No entanto, Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país. Deixou abandonada a UNE, abandonou a luta de resistência dos estudantes contra a ditadura, abandonou o cargo para o qual tinha sido eleito pelos estudantes. Essa a atitude de Serra diante da primeira adversidade.

Por isso sua biografia só menciona que foi presidente da UNE, mas nunca diz que não concluiu o mandato, abandonou a UNE e os estudantes brasileiros. Nunca se pronunciou sobre esse episódio vergonhoso da sua vida.

Os estudantes brasileiros foram em frente, rapidamente se reorganizaram e protagonizaram, a parir de 1965, o primeiro grande ciclo de mobilizações populares de resistência à ditadura, enquanto Serra vivia no exílio, longe da luta dos estudantes. Ficou claro o caráter de Serra, que só voltou ao Brasil quando já havia condições de trabalho legal da oposição, sem maiores riscos.

Outra personalidade que aparece como pré-candidata à presidência também teve que reagir diante das circunstâncias do golpe militar e da ditadura. Dilma Rousseff, estudante mineira, fez outra escolha. Optou por ficar no Brasil e participar ativamente da resistência à ditadura, primeiro das mobilizações estudantis, depois das organizações clandestinas, que buscavam criar as condições para uma luta armada contra a ditadura militar.

No episódio da comissão do Senado em que ela foi questionada por ter assumido que tinha dito mentido durante a ditadura – por um senador da direita, aliado dos tucanos de Serra -, Dilma mostrou todo o seu caráter, o mesmo com que tinha atuado na clandestinidade e resistido duramente às torturas. Disse que mentiu diante das torturas que sofreu, disse que o senador não tem idéia como é duro sofrer as torturas e mentir para salvar aos companheiros. Que se orgulha de ter se comportado dessa maneira, que na ditadura não há verdade, só mentira. Que ela e o senador da base tucano-demo estavam em lados opostos: ela do lado da resistência democrática, ele do lado da ditadura, do regime de terror, que seqüestrada, desaparecia, fuzilava, torturava.

Dilma lutou na clandestinidade contra a ditadura, nessa luta foi presa, torturada , condenada, ficando detida quatro anos. Saiu para retomar a luta nas novas condições que a resistência à ditadura colocava. Entrou para o PDT de Brizola, mais tarde ingressou no PT, onde participou como secretária do governo do Rio Grande do Sul. Posteriormente foi Ministra de Minas e Energia e Ministra-chefe da Casa Civil.

Essa trajetória, em particular aquela nas condições mais difíceis, é o grande diploma de Dilma: a dignidade, a firmeza, a coerência, para realizar os ideais que assume como seus. Quem pode revelar sua trajetória com transparência e quem tem que esconder momentos fundamentais da sua vida, porque vividos nas circunstâncias mais difíceis?


Postado por Emir Sader às 12:10

A crise já acabou

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para o crescimento da economia em 2010. A estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB), passou de 4,20% para 4,50%. Há quatro semanas essa projeção era de 4%. Para este ano, foi mantida a estimativa de estabilidade. Essas informações constam do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo BC com base em projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano subiu de US$ 25 bilhões para US$ 25,3 bilhões. Em 2010, foi mantida em US$ 18 bilhões.

A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país), em 2009, foi mantida em US$ 25 bilhões e, no próximo ano, em US$ 30 bilhões.

Estas informações comprovam que a crise pode ter afetado o país, mas com uma intensidade muito menor que em outros países. O presidente estava certo, aqui ela não passou de uma marolinha e o país se recupera muito mais rápido que qualquer outro país.

OEA: Atuação do Brasil em Honduras tem apoio de toda comunidade internacional

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse nesta quarta-feira à BBC que o governo brasileiro conta com o respaldo de toda a comunidade internacional na sua atuação na crise política de Honduras.

O secretário-geral pediu diálogo entre as partes em Honduras e afirmou que pode viajar a Tegucigalpa nos próximos dias.

Clique aqui e leia a
entrevista de Insulza à BBC.

Patrus reafirma unidade no PT e partidos aliados em torno de sua candidatura ao governo de Minas

Em almoço com as bancadas de deputados estaduais do PT, PMDB e PC do B, na Assembleia Legislativa, nesta quarta, 23/9, o pré-candidato ao governo de Minas, Patrus Ananias, em entrevista à imprensa, afirmou que trabalha para unificar o PT e ampliar a interlocução com partidos que formam a base política do governo Lula. “O PMDB participa do governo Lula. Hoje estamos conversando com a bancada do PMDB e nas viagens que temos feito pelo interior mineiro, temos recebido apoio de lideranças regionais, prefeitos, vereadores e jovens do partido.”


Sobre a disputa interna no PT, Patrus disse que não teme o debate ou as prévias. “O PT tem tradição histórica de fazer o debate, a disputa de ideias, de realizar prévias. Existem duas pré-candidaturas. O debate democrático faz parte da vida do PT. Não tememos o debate ou as prévias. Já disputei seis eleições, já tivemos prévias com três candidatos e, ao final, eu saí vitorioso e recebi o apoio dos demais companheiros que a disputaram.” Patrus é o pré-candidato ao governo de Minas apoiado pela Articulação, que apoia Gleber Naime como candidato a presidente do PT/MG.


O pré-candidato ao governo de Minas pelo PT reafirmou o respeito a todos os que concorrem e disse que “trabalho dentro dos limites éticos para vencer as prévias do partido e vencer as eleições. O que está colocado é a minha candidatura, que recebe bons apoios, tem boa energia e está crescendo.”

Candidatura para buscar a unidade em torno de Patrus

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O jornal mineiro O Tempo publica hoje (23)matéria e minientrevista com Gleber.
Confira a íntegra:

Política
PT. Partido realiza eleição interna com a preocupação de ter que conduzir a disputa eleitoral em 2010
Candidatura para buscar a unidade em torno de Patrus
Gleber Naime é candidato à presidência do partido em Minas
Rafael Gomes

Um discurso conciliador sem poupar críticas à atual direção do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas. Essa é a característica de Gleber Naime, um dos cinco candidatos à presidência estadual da legenda. Defendendo o nome do ministro Patrus Ananias para a candidatura ao governo de Minas, Gleber afirma que o PT está dividido no Estado e passa por um momento "decisivo para o seu futuro".

O secretário nacional de Comunicação do PT considera que o partido não conseguiu superar o trauma sofrido com a aliança com o PSDB, que ajudou a eleger Marcio Lacerda (PSB) prefeito de Belo Horizonte e significou a redução da participação da sigla na administração municipal. Ele culpa o atual presidente e candidato à reeleição, Reginaldo Lopes, pela desorganização interna. Mas Naime ainda vê possibilidade de a legenda se unir para a disputa ao governo em 2010, mesmo após uma acirrada disputa interna, em novembro.

Minientrevista
“O que ocorreu em BH machucou a militância”
Gleber Naime Secretário Nacional de Comunicação do PT

Como o senhor avalia a situação atual do PT em Minas?
O partido vive um momento de definição para o futuro. Teremos uma eleição importante no ano que vem. Pela primeira vez, temos chances de chegar ao Palácio (da Liberdade). O PT precisa ter mais organização.

Como o partido se desorganizou a esse ponto?

A política adotada na capital em 2008 (de aliança com o PSDB) influenciou o Estado inteiro. Isso machucou muito a militância. De lá para cá, o partido está dividido. Meu desejo é chamar essa unidade. A eleição interna não deve ser um acerto de contas, mas acho que o partido deve aprender com os erros de Belo Horizonte.

São quatro candidatos que apoiam o ministro Patrus Ananias e um que apoia o Fernando Pimentel. A disputa pela presidência será uma prévia da disputa pela candidatura ao governo?

A minha eleição facilita consolidar rapidamente a união do partido no Estado. Eu acho, e a maioria dos candidatos também, que o melhor nome para garantir essa unidade dentro do PT é o de Patrus para o governo. A maior parte dos militantes não concorda com o que ocorreu em Belo Horizonte.

Como o senhor vai fazer para conversar com o grupo de Fernando Pimentel e de Reginaldo Lopes, caso seja eleito?

A minha candidatura é para unificar. Não temos pretensão de deixar de lado o diálogo. Não serei presidente de uma parte do PT. O que temos é que dar uma oxigenada na cúpula. Existe um desejo de maior participação do partido. A base quer um partido mais dinâmico.

Então o senhor apoiaria o nome de Pimentel para o Senado?

Tem que tem lugar para todos as correntes. Mas o momento é de um debate interno.

Se o senhor for eleito presidente, o PT poderá abrir mão da cabeça de chapa?

É muito cedo ainda para fecharmos essa questão. Primeiro, porque os partidos ainda estão definindo suas direções. Somente após isso, serão concluídas as chapas. Além disso, tem muita coisa sendo dita, mas sem confirmação. Tem muita coisa plantada por aí também. O que queremos agora é viabilizar a candidatura do Patrus Ananias.

(Publicado no jornal O Tempo em: 23/09/2009 )

Aprovação pessoal de Lula sobe para 81%

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para de 81%, segundo a pesquisa CNI/Ibope, divulgada hoje. Em junho, quando foi realizado o último levantamento, a avaliação do presidente da República era de 80%.

Os dados mostram também que 69% dos brasileiros consideram o governo Lula ótimo ou bom, contra 68% na pesquisa de junho. Outros 22% consideram o governo regular e apenas 9%, ruim ou péssimo.

A pesquisa foi realizada de 11 a 14 de setembro, com 2.002 entrevistados em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

A avaliação pessoal do presidente Lula e do governo permanecem elevada e sinalizam um crescimentos, isso porque a existe uma melhora na percepção da sociedade sobre a recuperação da economia.

Uma comparação entre o primeiro e o segundo mandato de Lula mostra que, 44% da população considera a atual gestão melhor. Outros 40% acham que a atuação do presidente em ambos os mandatos se mantém igual, enquanto 14% dizem que o segundo mandato é pior.

Em todas as nove áreas pesquisadas, o governo Lula registrou melhoria na aprovação. No combate à fome e à pobreza, a aprovação chegou a 68%, oito pontos percentuais a mais que em junho. Já no combate ao desemprego, 55% avaliaram que a atuação do governo é eficaz, contra 50% na última pesquisa.

Os outros índices de aprovação do governo são de 55% em relação ao combate à inflação, 42% na área de segurança pública, 45% quanto à taxa de juros, 40% em relação aos impostos, 61% na gestão do meio ambiente, 44% sobre a atuação na área de saúde e 59% na gestão educacional.

Estado mínimo é uma tese falida, afirma Dilma em entrevista

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, edição de domingo (20), a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou que o Estado mínimo é uma “tese falida”, que “só os tupiniquins” aplicam. Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo “está contra a corrente” e “contra a realidade”.

Ainda na entrevista, Dilma sai em defesa do presidente Lula diante das críticas de que ele adotou uma política “intervencionista e estatizante”. “Os empresários podem falar o que quiserem, que é democrático. O presidente da República não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Diríamos assim, não é justo”, protestou Dilma.

Clique aqui e leia a íntegra da entrevista

O acordo dos "antes de Lula"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aécio e Serra fizeram um acordo. Não precisa de prévias no ninho tucano. Eles vão analisar resultados de pesquisas e decidir entre si quem será o candidato à presidência em 2010 pelo PSDB.

A oposição, desorientada e sem programa claro para debater com a população, tenta organizar um discurso a partir dos estados que governam. Não podem fazer isso enquanto partido, porque os exemplos do Rio Grande do Sul de Yeda escândalo Cruz , Paraíba de Cássio Cassado, Alagoas de Teotônio fra-cassado, Cassol de Rondônia (que saiu para o PPS logo que veio a público seu escândalo - o próximo a ser cassado), são muito ruins.
Perdendo estas referências de governos estaduais atolados em escândalos e má administração, resta aos caciques, incluindo coordenador, o FH, decidirem quem será o candidato de novo.
Minas e São Paulo, ambos com características comuns: governos de co-gestão com as empresas de mídia, terceirização dos serviços públicos, descaso com os servidores, criminalização dos movimentos sociais, governos de panelinhas, sem participação social, sem transparência.
Quem renegou FH em 2002, querendo mudanças com alguma continuidade, agora quer continuidade com algumas mudanças. A questão é que eles não são pós Lula, são de antes do Lula, já governaram o Brasil e terão que falar o que pretendem fazer de diferente do que fizeram no passado e do que Lula e o PT estão fazendo no presente.
Realmente o quadro é muito ruim para os néo-liberais.

Gleber Naime

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Nitidez na Resolução da Executiva Nacional do PT

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Comissão Executiva Nacional demonstra clareza na análise da atual Conjuntura brasileira. Confira e divulgue.



Resolução política

1. A apresentação do marco regulatório do pré-sal é o principal destaque de um período com diversas notícias positivas para os interesses democráticos e populares:
a) o anúncio de crescimento do PIB no segundo trimestre do ano;
b) a retomada dos empregos formais em julho e a queda do desemprego;
c) a confirmação do reajuste real para os aposentados de todas as faixas a partir de 2010;
d) a entrada, na ordem do dia do Congresso, da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais;
e) a liderança do Banco do Brasil no ranking dos bancos, mesmo operando com taxas de juros mais baixas e ganhando mais na concessão de crédito do que na especulação;
f) a difusão da lei do microempreendedor individual, que possibilitará a formalização, na Previdência, na Receita e no acesso ao crédito, de milhões de pequenos empresários;
g) o desfecho favorável das negociações do governo com o MST, em especial em torno da adoção de novos índices de produtividade da terra;
h) a positiva reunião do presidente Lula com a Conem, coordenação nacional das entidades do movimento negro, em torno de 12 itens de sua pauta de reivindicações;
i) a posição adotada, na reunião da Unasul em Bariloche, pelo Brasil e pela maioria dos governos sul-americanos, em defesa da integração do Continente e contra a presença de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia;
2. As notícias envolvendo o Brasil contrastam com a situação internacional. A crise econômica mundial ainda provoca efeitos negativos em vários países do mundo, em especial nos Estados Unidos e na Europa. Queda da produção, retração do mercado de trabalho, queda da renda interna e do comércio internacional são indicadores de que a crise continua a impactar o desempenho econômico de muitas regiões do planeta. Enquanto isto, no Brasil, os dados econômicos confirmam os efeitos benéficos das políticas adotadas pelo governo Lula: o PAC, o programa Minha Casa, Minha Vida, a ampliação do Bolsa família, o aumento real do Salário Mínimo, a redução da meta de superávit primário, as reduções da taxa SELIC, a atuação dos bancos públicos viabilizaram o dinamismo econômico, a despeito da queda das exportações.
3. Incapaz de contestar este ambiente econômico e social positivo, a oposição articulou uma ofensiva político-midiática, com destaque para a chamada “crise do Senado”. A partir de fatos reais, decorrentes de gestões patrimonialistas, nepotistas e fisiológicas, nas quais PSDB e DEM têm grande responsabilidade, a oposição trabalhou para criar atrito entre as bancadas do PT e do PMDB, bem como para afastar o presidente do Senado, com a clara intenção de colocar um tucano na direção da casa, ainda que por duas ou três semanas. A orientação da direção partidária e a atuação solidária dos senadores petistas no Conselho de Ética contribuíram para desmontar a estratégia oposicionista.
4. O PT defende a completa apuração e punição dos culpados por toda e qualquer ilegalidade, inclusive quando cometida por senadores da oposição, cujas malfeitorias são tratadas com cínica tolerância pela mídia. Ao mesmo tempo, o PT tem lembrado que não haverá “ética na política” sem reforma política, que estabeleça o financiamento público de campanha e o voto em lista. No caso específico do Senado, o PT defende o fim do poder revisor, o fim da figura do suplente que assume mandatos sem ter recebido nenhum voto, a adoção de mandatos de quatro anos, entre outras medidas. No bojo de uma ampla reforma política, o PT defende ainda a legitimidade da discussão sobre a extinção do próprio Senado, que ao longo de nossa história demonstrou ser uma casa conservadora, que distorce a vontade popular e que não tem sido eficaz na defesa da federação brasileira.
5. O PT atua nas difíceis condições da política brasileira, nos marcos de uma coligação de governo que inclui partidos de esquerda, centro e direita. Isto nos impõe cotidianamente escolhas difíceis, que buscamos enfrentar priorizando nossa relação com os partidos de esquerda, reforçando nossos vínculos com os movimentos sociais, fortalecendo os mecanismos de participação popular e as instituições vinculadas ao combate à corrupção. Com o mesmo propósito, consideramos saudável e extremamente útil a vigilância redobrada mantida, pelos setores democráticos e progressistas, sobre cada uma das atitudes do próprio PT. Não subestimamos o efeito corrosivo que tem, sobre nós, a convivência com instituições de funcionamento tão questionável. Entretanto, entender e valorizar as críticas e a preocupação externadas por setores progressistas e democráticos, não implica em aceitar passivamente a hipocrisia e a demagogia presentes na crítica dos setores conservadores e direitistas.
6. Estes setores, com dificuldades para debater programas para o país, estão buscando de maneira oportunista colocar a “ética” no centro do debate político. Esta hipocrisia e demagogia ficaram evidentes na “denúncia” feita por Lina Vieira, ex-superintendente da Receita Federal, contra a ministra Dilma Roussef. Para a grande imprensa, quando se trata de atacar o PT e Dilma, é ao acusado cabe o ônus de provar sua inocência, não estando em jogo a verdade, nem a apuração de qualquer tipo de dano ao interesse público. Enquanto isto, a mídia conservadora trata de maneira complacente a instalação da CPI no Rio Grande do Sul, que põe a nu o esquema de corrupção dos tucanos, com repercussões que nem mesmo o afastamento da cúpula do PSDB da governadora Ieda Crusius é capaz de evitar.
7. O lançamento do marco regulatório do pré-sal repõe o debate essencial: as opções estratégicas colocadas para o Brasil e o papel do Estado. Decorridos quase sete anos de governo Lula, depois dos doze anos de neoliberalismo, o confronto entre projetos tem contornos compreensíveis para largas parcelas do povo brasileiro.
8. A própria descoberta das reservas do pré-sal, e muitas outras de petróleo e gás de menor profundidade, só foi possível a partir da retomada dos investimentos e do apoio decidido do governo Lula à estatal. Hoje, com essa nova riqueza mapeada, o Brasil tem o direito e o dever de decidir como empregará esses recursos naturais para um salto planejado rumo ao futuro, optando por políticas públicas e sociais compatíveis com a sociedade que queremos construir.
9. É pedagógica, neste sentido, a reação dos setores conservadores ao discurso feito pelo presidente Lula no ato de lançamento do marco regulatório. Alguns editoriais, comentários e análises trazem de volta o discurso neoliberal que levou o mundo à crise financeira e econômica. É papel do PT tratar a questão não apenas como a tramitação legislativa de um projeto técnico, mas como um vetor simbólico do embate entre o projeto democrático popular, nacionalista e internacionalista, de inclusão e participação popular, contra o projeto do Consenso de Washington, que vigorou no Brasil até 2002.
10. A diferença entre projetos fica clara, também, no debate sobre a saúde pública. O PT denuncia a operação de desmonte do Sistema Único de Saúde, que está sendo levada a cabo no estado de São Paulo pelo governo Serra. Sua mais recente iniciativa está prestes a ser aprovada na Assembléia Legislativa daquele estado: trata-se da entrega a “organizações sociais” de todos os hospitais ainda operados pelo Estado, com a contratação, por tempo determinado de mais de 50 mil funcionários, que tendem a somar-se aos 200 mil terceirizados já existentes em São Paulo. Para completar este processo de precarização e terceirização do sistema público, uma emenda encomendada pela Secretaria de Saúde prevê a “venda” de 25% do atendimento aos planos de saúde privados.
11. Frente a isto, a direção do PT considera absolutamente prioritário agilizar a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, visando disciplinar os valores mínimos a serem aplicados anualmente por Estado, Distrito Federal, Municípios e União em ações e serviços públicos de saúde, bem como estabelecer as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo.
12. Tendo em mente este conjunto de preocupações, a Comissão Executiva Nacional do PT apresentará, ao Diretório Nacional, as seguintes propostas:
a) reafirmar a reforma política como uma das prioridades do PT no debate com a sociedade
b) mobilizar o PT para uma ampla participação na I Conferência Nacional de Comunicação;
c) constituir imediatamente o Grupo de Trabalho Eleitoral 2010;
d) constituir imediatamente a Comissão de Organização do Debate do Programa de Governo 2011-2014;
e) aprovar a metodologia de escolha de nossa candidatura à presidência da República;
f) recomendar para todas as chapas e candidaturas ao PED 2009, que incluam em suas campanhas atividades públicas de debate da conjuntura e do programa que apresentaremos em 2010;
g) estabelecer, através do II Colóquio PT x Movimentos Sociais, a realizar nos dias 24 e 25 de outubro, uma articulação permanente com os movimentos sociais em torno de uma agenda comum para o enfrentamento da presente conjuntura;
13. A CEN do Partido acompanhará diretamente o debate sobre o marco regulatório do Pré-Sal no Congresso, ajudando a orientar nossa bancada e buscando um diálogo com as contribuições do PL do Petróleo apoiado pela FUP, CUT e Movimentos Sociais. A direção nacional convida todo o Partido dos Trabalhadores a conhecer, debater e divulgar o projeto do Pré-Sal apresentado pelo governo brasileiro, articulando um campanha de envergadura em torno da bandeira "O Petróleo tem que ser nosso". Por trás dos ataques da mídia conservadora e da oposição de direita, está a disputa pelas riquezas nacionais. Para eles, são trilhões de dólares que estão em jogo. Para nós, é o futuro do povo brasileiro.
Brasília, 3 de setembro de 2009
Comissão Executiva Nacional do PT

Leia a Coluna semanal do Presidente Lula

O Presidente Responde


João Teles de Aguiar, 44 anos, professor de Fortaleza (CE) – Dizem que o senhor não lê jornais e tem desprezo pelo conhecimento e pelo saber. Até que ponto isso é verdade?

Presidente Lula – Na democracia, quem tem desprezo pelo conhecimento jamais chega a presidente da República. Na rotina da Presidência, eu recebo todas as manhãs um panorama de tudo o que foi tratado pela imprensa. E ao longo do dia continuo recebendo informações de ministros, de lideranças políticas, empresariais e trabalhistas sobre questões nacionais e internacionais que saíram e que não saíram na imprensa. Aliás, eu concedo entrevistas praticamente todos os dias e não poderia dar informações se não tivesse informações. Em relação aos jornais, alguns deles parecem ter se especializado apenas em notícias negativas, de modo que se tornaram capengas, deixando de transmitir as variadas dimensões da realidade. Quanto ao saber, logo eu, que não pude ter uma educação formal, tenho feito muito mais pela educação do que governantes que tinham verdadeiras coleções de diplomas. Em meu governo, estamos criando 14 novas universidades, 104 extensões universitárias, concedemos 540 mil bolsas de estudos a jovens de baixa renda para curso superior, duplicamos o ingresso de estudantes nas universidades federais e estamos construindo 214 escolas técnicas. Agora, com o pré-sal, vamos criar um fundo de recursos para investimentos na educação e na inovação tecnológica.

Luciano do Nascimento Alves, 35 anos, metalúrgico de Mauá (SP) – Ao ser demitido, o trabalhador só pode contar com o FGTS para fazer alguma coisa na vida. Não está na hora de o FGTS receber uma correção mais justa, com juros maiores?

Presidente Lula – Luciano, o rendimento das contas é também uma preocupação nossa. Acontece que o FGTS é utilizado para financiar a casa própria para milhões de trabalhadores de baixa renda. E são os rendimentos desses empréstimos que permitem bancar os juros e a atualização monetária das contas do FGTS (TR + 3%). Para aumentar os juros das contas, nós seríamos obrigados a aumentar os juros dos financiamentos das moradias. Ou seja, nós estaríamos despindo um santo para cobrir outro. Como saída, foi criado em julho de 2008 o Fundo de Investimento do FGTS. Com esse fundo, parte dos recursos do FGTS passou a ser aplicada também nos setores de energia, rodovias, portos, hidrovias e ferrovias. O rendimento, neste caso, pode chegar a 9% anuais, crescendo o bolo do FGTS e, portanto, a conta de cada um dos trabalhadores. É uma excelente forma de remuneração, sem causar os impactos a que me referi. Temos que lembrar também que, no caso de demissão sem justa causa, o empregado tem direito a receber do patrão o valor correspondente a 40% do FGTS depositado.

Getúlio Fernandes de Azevedo, 42 anos, microempresário de Manaus (AM) – O que está faltando para dar um jeito nas estradas do Norte, como a BR-319?

Presidente Lula – A BR-319 (Manaus/Porto Velho), de 880 km, é tão importante que incluímos no PAC suas obras de restauração e pavimentação. O investimento é de R$ 600 milhões. Tirando os trechos já concluídos e os que estão em obras, há 405 km em processo de adequação às exigências ambientais. Essa rodovia é a única via de ligação terrestre do estado do Amazonas com o resto do País e não pode se transformar na porta de entrada para a ocupação desordenada da Amazônia. Criamos um Comitê Gestor com diversos órgãos federais e estaduais para a implementação de ações que reduzam os eventuais impactos ambientais. A demora no licenciamento é porque temos que ser muito cuidadosos. Queremos que a BR-319 se transforme na primeira estrada-parque do país e atenda às necessidades tanto do desenvolvimento quanto da preservação ambiental. Em toda a Região Norte, o PAC prevê a construção e pavimentação de 3.554 km de rodovias. Já foram concluídos 461 km e 1.057 km estão em obras.



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