História e Hegemonia - O papel do PT

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Questionado sobre a divergência acerca do tratamento dado pelo presidente do PT de Minas a Tancredo como "figura mais importante da redemocratização do país", digo que realmente não gosto desse rebaixamento político que tenta escamotear diferenças. Dá a impressão de aculturação, cessão ao censo comum e adesismo histórico. Esta fala sobre Tancredo deveria ser do presidente do PMDB, não do presidente do Partido dos Trabalhadores. E isso não invalida a aliança do PT com o PMDB. Pelo contrário, valida, pois alianças são feitas entre diferentes, porém com visão comum em determinados momentos sobre programa de governo, estratégias de desenvolvimento, ou até sobre táticas eleitorais. O PMDB, herdeiro da resistência liberal-democrática à ditadira militar, tem dado sustentação ao governo Lula e tem participado do governo. Tem executado um Programa que venceu as eleições de 2002 e 2006 no Brasil. É um partido grande, embora muito fragmentado regionalmente. Mas é um partido que dá nesse momento musculatura necessária para vencer as eleições e governar o Brasil na mesma linha de desenvolvimento com distribuição de renda, implementado por Lula eo PT. Nesse sentido, não há necessidade de rever a posição do PT sobre a transição democrática. O importante é que o PT não perca sua dimensão de classe, transformadora e formadora de homens e mulheres que se dispõe a construir um novo Brasil. A História é feita por nós também, que criamos fatos na luta social e política, e que disputamos uma visão dos fatos e acontecimentos. É isso que dá alma ao PT ou a qualquer projeto que dispute Hegemonia. Tenho dito.

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