quinta-feira, 21 de maio de 2009
Crise: Economistas afirmam que Brasil está estável e destacam recuperaçãoAo analisarem nesta quarta-feira (20) os principais aspectos da crise econômico-financeira mundial e seus efeitos na economia brasileira, economistas de bancos públicos e privados destacaram que o cenário atual é de recuperação, com aumento do crédito, estabilidade da inflação e estabilidade da massa salarial.
Representantes dos bancos Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e o economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, afirmaram que, apesar de o Brasil ter sofrido forte desaceleração da atividade econômica no final do ano passado, já há sinais de retomada e a crise poderá ser mais curta no país. Eles apontaram ainda diagnósticos e prescrições para que o Brasil possa superar esse período e debateram o nível do spread bancário (custo de captação e de aplicação do banco).
Segundo o diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Mallieni Júnior, "a crise poderá ser mais curta no Brasil, o que implica oportunidades". Ele destacou que a carteira de crédito no país e exterior mantém forte crescimento e as operações com pessoas físicas cresceram 25,20% no 1º trimestre de 2009. "A carteira de pessoa jurídica teve crescimento de 47,3% em 12 meses".
Na avaliação do BB, as perspectivas para a carteira de crédito é de redução de taxas de juros e flexibilização de condições de prazo para pessoas físicas, além da ampliação de linhas de crédito pessoal para aquisição de bens e serviços (linha branca, veículos e material de construção).
Em audiência pública conjunta das comissões especiais que analisam a crise, o economista-sênior do Banco Itaú, Tomás Málaga, e o diretor-executivo do banco, Sérgio Werlang, sustentaram que há sinais de recuperação nos estoques de energia, na produção de veículos e, principalmente, na confiança na economia. "A crise no Brasil é sem inflação e com salários reais mais consistentes. A proteção do salário real. que não caiu, pode explicar a menor volatilidade do setor de comércio, por exemplo", afirmou Werlang. Ele destacou ainda que a insistência do Banco Central em manter a inflação sob controle permitiu que o contágio da crise no Brasil não tenha sido mais forte.Projeções
Para o Itaú, as projeções no cenário doméstico incluem crescimento baixo em 2009 e recuperação em 2010 para aproximadamente 3,4% do PIB. Também apontam estabilidade do câmbio entre R$/US$ 1,90 e R$/US$ 2,03 e uma taxa de juros básica (Taxa Selic) em 8,75% ou 8,25% no final deste ano.
No entanto, afirmaram, para que resultados positivos possam ocorrer no futuro é fundamental garantir um ambiente regulatório que permita ao Banco Central dar continuidade ao processo de queda de taxa de juros; aprovar o cadastro positivo no Congresso; eliminar o IOF para as operações de crédito e reduzir o recolhimento compulsório (quantia que os bancos são obrigados a recolher ao BC) sobre depósitos à vista e a prazo.
"O IOF foi criado como instrumento regulatório, mas é usado como arrecadatório. É um dos impostos mais ineficientes. A aprovação total do Cadastro Positivo é um primeiro passo para dar um salto no volume de crédito, e para a redução da inadimplência e do spread bancário", disse. A Câmara aprovou, na segunda-feira, o projeto que cria o cadastro positivo de consumidores, com informações sobre pagamentos feitos em dia. O texto deve ser aprovado ainda no Senado.
Na avaliação do deputado Pedro Eugênio (PT-PE) "o que predominou na reunião foi o reconhecimento de que a economia está sim em recuperação e os dados apontam a melhoria das condições macroeconômicas. A avaliação é de que o Brasil vai crescer para retomar o nível de 2008, mas eu particularmente acredito que poderá haver uma recuperação maior", disse.
Liderança PT/Câmara (www.informes.org.br)
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