Sobre a biografia de Hélio Costa

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Por Chico Simões*,

Fantasias, fontes sigilosas, futuro do pretérito e etc., assombram as redações.

Agora, querendo intrigar o PT e, especificamente, Patrus Ananias, com Lula, Dilma e com o PMDB, setores da imprensa criaram uma “forte” resistência a que Patrus fosse vice de Hélio.

Um dos motivos seria o pedante argumento de que Patrus entraria como vice, apenas para “lavar” a biografia do senador. Esse argumento grosseiro é um desrespeito ao presidente Lula, que teve Hélio Costa em seu ministério por 7 anos e quatro meses!

Posso afirmar com toda a certeza: a maioria que apoiou Patrus nas prévias petistas apóia sua integração na campanha, como vice de Hélio.

Ademais, biografias não são “laváveis”. E de assepsia eu entendo.

Mas não é sobre isso que escrevo agora. A questão é outra.

Como prefeito, sei que qualquer figura pública, investida em cargo eletivo ou não, está sujeita a processos e condenações (justos ou não). Há casos de ex-presidentes, ex-governadores, ex-prefeitos e ex-parlamentares, enfrentando processos há mais de dez anos. A regra é que acusações formais, processos e condenações assombrem gestores públicos.

Pois bem, voltando à biografia de Hélio Costa: fui verificar as tais “manchas”. Fui aos sites dos tribunais superiores (STF, STJ, TSE), nas respectivas instâncias regionais, no TCU e TCE, na CGU. Fui ao Google. Consultei experientes parlamentares. Perguntei a advogados. Assuntei, informalmente, o ministério público. Indaguei a adversários políticos. NADA. Portanto, salvo engano, as “manchas” não estão no plano jurídico.

Estariam no terreno político?

Perguntemos ao DIAP. Perguntemos a Lula, que o manteve nos dois governos que preside. Hélio não é petista, socialista ou marxista. Mas esses são critérios para alianças? A propósito, Pimentel ou Patrus, se candidatos, iriam querer seu apoio. Com as diferenças e biografias reais.

Busquemos na memória: à esquerda, nutríamos por ele uma antipatia por ter sido repórter da rede Globo. Convenhamos, as resistências à Globo se mantêm. Mas a quem nela trabalha ou trabalhou, a priori, não.

À direita, nutre-se um desprezo a ele por razões de classe: filho de gente simples, que desafiou a oligarquia imperial de Barbacena e que depois resolveu “furar a fila” das elites mineiras e “peitar” garcias, azeredos e neves... isso é demais para as “elites cheirosas”.

Nós, que sonhamos com um candidato petista em 2010, acordamos com uma candidatura do PMDB, que é fruto de um acordo condicionado nacionalmente. Mas, de uma coisa temos certeza. Se tal acordo não é o do sonho anterior, o pesadelo tem nome: Anastasia. É preciso viver a realidade, sem cultivar preconceitos. Hélio integra o projeto que busca evitar a volta dos tucanos ao Planalto e construir um novo rumo para Minas. Isso não é pouco.

“Lavar biografias”... que bobagem!



* Chico Simões é membro do Diretório Estadual do PT e Prefeito de Coronel Fabriciano - MG. Pertente à Corrente Interna Coerência Petista.

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