terça-feira, 8 de junho de 2010
por Gleber Naime
A desistência de Fernando Pimentel em concorrer ao governo de Minas, como anunciado ontem, deixa um forte sentimento de traição na militância que participou das prévias e queria uma candidatura própria do PT. “Se era para renunciar, por que disputou?”, é a pergunta que não se cala.
À parte esse sentimento, é preciso compreender que o processo em Minas demorou por demais. A divisão que se estabeleceu no PT após a entrega da Prefeitura de Belo Horizonte em 2008, que explicitou uma política de aproximação com o PSDB, ainda não foi resolvida. No PED, quase conseguimos vencer. Mas o PT continuou dividido bem ao meio. Nas prévias, a mesma coisa: nenhuma opinião foi amplamente majoritária. Isso explica a dificuldade da direção estadual em dar rumo claro às questões que lhe são colocadas.
Mas, se a prioridade é elegermos a companheira Dilma e darmos continuidade aos avanços obtidos no governo do presidente Lula, precisamos avançar em Minas em um ponto que sempre nos uniu: a discussão de um Programa Democrático-Popular para o Estado.
É fato que não queremos continuar com o governo de Aécio. Para isso já tem o Anastasia! Na impossibilidade do candidato petista, o palanque com o PMDB/PT deve estabelecer o rumo que queremos dar para Minas e é isso que deve pautar nossa atuação nesse momento.
O PT deve ocupar espaços, debater e apresentar um Programa que sintonize Minas com o Brasil; que se alinhe programaticamente, e nas ações, ao Governo Federal; que promova mais igualdade social e regional, que implante políticas públicas inclusivas, de afirmação da cidadania e de superação da pobreza.
Ao mesmo tempo, PMDB e PT devem construir uma aliança de centro-esquerda em Minas que dialogue abertamente com os servidores públicos e com os movimentos sociais e implemente uma política mais aberta, participativa e democrática no Estado.
Desse modo, a candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo, com o apoio do PT, terá nitidez programática e compromissos sociais claros. A aliança será traduzida em conteúdos, ações, projeto. É isso que a militância do PT, do PC do B, e a força do PMDB e de demais partidos da base precisam construir.
É possível, sim, ganharmos o governo de Minas e iniciarmos as mudanças necessárias no nosso Estado. Para isso, é preciso pôr fim à encenação e começar a jogar! Agora são dois times no Brasil e em Minas. De um lado, Hélio e Dilma, de outro, Anastasia e Serra. A campanha tem tudo para ser vitoriosa, se bem conduzida e rompendo com a confusão estabelecida na disputa de BH em 2008, que só fortaleceu os adversários tucanos e neoliberais mineiros. Vamos à luta!
2 comentários:
Ideias e Pessoas
Como sempre gosto de dizer, as ideias são mais importantes do que as pessoas. Parabéns pela análise, @glebernaime.
Temos sim uma grande missão a cumprir neste momento. Precisamos fazer desta aliança centro-esquerda o mais à esquerda possível, contrapondo-se ao projeto neoliberal Aecista que encantou tantos companheiros.
Friso que não se trata de mera disputa de poder e espaço pessoal. O que está em jogo é a melhoria da vida daqueles que mais precisam, que ainda são a maioria neste imenso País.
Minas tem que parar com “faz-de-conta” e cuidar melhor deste povo que sempre foi referência na luta pela liberdade carregada de fraternidade.
Acredito que o Companheiro Patrus tem muito a contribuir assumindo a candidatura a vice-governador. Unirá o partido e toda base em Minas em prol do desenvolvimento social tão esperado pelos mineiros.
Tal medida fortalecerá, e muito, a candidatura da Companheira Dilma, quem certamente manterá o País no rumo da emancipação de seu Povo e referência para a humanidade.
Vamos à luta.
Em primeiro lugar grande abraço para toda militancia mineira; precisamos ir a campo, e com o nome de Patrus a vice governador saimos fortalecidos, pois creio ser o unico a conseguir unir toda a militancia novamente. Precisamos mais do que nunca aprender com os nossos erros e quero crer que os companheiros da capital (BH) tenham aprendido e sejam nobres em aceitar que foram manipulados.Pois se não era pra disputar o governo porque dividir o partido e enfraquecer a luta em uma previa desgastante e sem nescessidade??? Não somos cabeças de chapa hoje em Minas , porem o mais impotante é que em hora propicia e oportuna sejamos eficazes em punir aqueles que esqueceram do que realmente representa o Partido e só pensaram em seus própios beneficios. Vamos companheiros , sómos mais fortes quando estamos juntos , Minas e o Brasil precisa do PT Mineiro. Reginaldo Lopes , Pimentel e cia aqui no Sul de Minas temos um ditado; ''malandro demais se atrapalha'' a hora e a resposta de voces com certeza o PT sabera dar.
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