Eleições em Ipatinga

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O PT perdeu a prefeitura qua havia sido ganha no voto em 2008. É preciso fazer uma boa avaliação dos motivos da derrota. A bem da verdade, disputamos agora com parte dos que nos apoiaram naquela eleição. Juntaram-se todos os adversários. E alguns petistas vestiram a camisa amarela do PPS e pediram o voto ao 23. Foram pra TV, Rádios, Comícios, organizaram visitações e caminhadas públicas. Fizeram bem o trabalho... para o adversário. Argumentos não faltam no mercado.
A Articulação PT Minas fez um acordo, apoiou e participou como pôde do processo eleitoral, apoiando a candidata Cecília e o vice Saulo Manoel.
Agora é fiscalizar a prefeitura, ocupando o papel de oposição responsável e mobilizadora na defesa dos interesses do povo de Ipatinga.
E organizar a campanha principal de outubro!

Serra é contra o Mercosul, contra a Bolívia, contra o Lula. E a favor de Hillary Clinton/EUA

sexta-feira, 28 de maio de 2010


É isso que vai ficando claro em cada declaração do candidato néo-liberal, da oposição tucanodemo. Serra, junto com a "brilhantíssima" Mírian Leitão, Alexandre Garcia, e mais alguns cabos eleitorais midíáticos, estampam sorriso na cara para dar repercussão às declarações de Hillary Clinton, sobre divergências a respeito do trato com o Irã.
O Brasil é a favor da paz e se coloca como ator importante no palco das nações. No mundo inteiro a iniciativa brasileira nas relações internacionais tem sido elogiada, bem como a presença do presidente Lula.
Aqui no Brasil a maioria da mídia - opositora ao Lula e ao PT - se alinha com a direita mundial, que atua para a guerra e contra a soberania dos povos.
A parte boa dessa história é ir clareando as posições. Serra é contra o MercoSul e a Bolívia. E a favor de Hylary Clinton/EUA.
O Brasil não quer a volta da submissão tucana aos interesses americanos, como a volta da ALCA, por exemplo.

DEMo é mesmo cínico

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Depois de entrar com inúmeros processos contra o PT, denunciando propaganda antecipada, agora o DEMo faz pior: Põe no seu programa o candidato de outro partido, o PSDB.
As gravações foram feitas num Encontro dos 3 partidos de oposição, que lançou José Serra candidato a presidente.
Evidente que terão seus programas e inserções suspensas em 2011.
*Por quÊ O DEMo não colocou no ar o escândalo do Arruda,que justamente envolve os 3 partidos da oposição (resta citar o PPS).
*Por quê não colocaram o Senador Efraim Morais, aquele que na crise de 2005 estava todo dia na Globo defendendo a ética e atacando o Partido dos Trabalhadores?
*Por quê não colocaram o prefeito também do DEM, cassado em Chapecó?

Aliás gente condenada não falta no DEM, que lidera o ranking de mandatos cassados por corrupção no Brasil.
Êta partidinho cínico!

A Serra o que é de Serra

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jornalista Marcio Aith coordenará comunicação da campanha de José Serra à Presidência

A informação havia saído no dia 4 de maio no blog de Lauro Jardim, no site da Veja. E está no boletim Jornalista&Cia (em PDF) desta semana (nº 744, de 19 a 25/5), do jornalista Eduardo Ribeiro, especializado em bastidores da imprensa e na movimentação de seus profissionais. Jornalista Marcio Aith coordenará comunicação da campanha de José Serra à Presidência

Aith era repórter especial da Folha de S.Paulo há pouco mais de um ano. Antes, era editor-executivo da Veja, revista na qual trabalhara por quase cinco anos, depois de construir uma reputação de bom repórter em passagens pela Gazeta Mercantil e a própria "Folha".

Um episódios marcante da carreira de Aith, porém, foi ter assinado uma reportagem na Veja, há três anos, baseada no que foi chamado de "Dossiê Daniel Dantas".

O Caso Veja
Acompanhe "O caso Veja", ou vá direto ao capítulo "O Dossiê Falso"
O tal dossiê encaminhado pelo dono do Banco Opportunity ao comando da redação da revista apontava a existência de contas secretas no exterior do presidente Lula, do ex-minitros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação Estratégica, a quem Dantas havia espionado via empresa Kroll, por sua influência nos fundos de pensão), do senador Romeu Tuma e do então diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.

A reportagem saiu mesmo com seu autor admitindo que não conseguira provar as denúncias de Dantas – aliás, mesmo tendo verificado que o dossiê do banqueiro era falso. A justificativa da revista em soltar a matéria foi "patriótica": evitar que DD chantageasse o governo."Aith cometeu o erro de sua vida, concordando em assinar a matéria. Ganhou um boxe especial, cheio de elogios, e a primeira mancha grave na sua até então impecável folha de serviços jornalísticos. Veja não se limitava a apenas a 'assassinatos de reputação' de terceiros, mas a destruir a reputação dos seus próprios jornalistas", escreveu Luis Nassif no extenso relatório "O Caso Veja", no qual descreve em detalhes, entre outros desvios éticos de jornalismo, como o comando da maior publicação semanal do país seria movido a interesses políticos e empresariais.

Nassif lembra que o problema daquela edição da revista começava pela capa: "A chamada – Daniel Dantas: o banqueiro-bomba. O seu arsenal tem até o numero da suposta conta de Lula no exterior – não mencionava dossiê falso. Pelo contrário, apresentava a falsificação como se fosse algo real", observa o relatório.

Na ocasião da reportagem, Lula reagiu indignado e rapidamente, coisa rara da parte do presidente desde que começou a apanhar da imprensa, ainda no primeiro mandato. "A Veja não traz uma denúncia. A Veja traz uma mentira. Se tivessem me avisado que eu tinha 38 mil euros, eu teria comprado um presente para dona Marisa."

Ao assumir a campanha de José Serra, é possível que Marcio Aith tenha recebido a mesma mensagem que o companheiro Reinaldo Azevedo enviara por meio de seu blog, em 23 de março do ano passado, quando Aith transferia-se da Veja para a Folha: "Bom trabalho, amigão!"

Paulo Donizetti de Souza,
Revista do Brasil, 20/05/2010

Uma questão diplomática, por Mauro Santayana

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O iconoclasta Nelson Rodrigues, cujo verbo ácido a ninguém poupava, amava o povo brasileiro a ponto de espicaçá-lo com falso desdém: era a sua forma de despertar os nossos brios esmaecidos. Dele é a cáustica observação de que o brasileiro tem complexo de vira-lata. Não há dúvida de que muitos brasileiros, principalmente nas elites, guardam o deslumbramento dos nativos diante do estrangeiro que chegava do mar. Não fomos os únicos: os bravos guerreiros astecas viram nos invasores espanhóis, montados em portentosos cavalos que eles não conheciam centauros invencíveis.

Se Nelson estivesse vivo, provavelmente repetiria o constrangido epíteto: a reação de alguns brasileiros ao acordo obtido por Lula e pelo primeiro-ministro turco Erdogan, com Ahmadinejad, do Irã, é a de que não temos credenciais para nos metermos em assuntos que não nos concernem. O raciocínio parte de uma dúvida intimidadora: se o entendimento não der certo, perderemos credibilidade internacional. É um raciocínio que cambaleia, do ponto de vista moral. Ninguém pode desgastar-se por procurar a paz. Não caminha tampouco o argumento de que a situação no Oriente Médio não nos interesse. Com o surgimento da América, as divergências, direta ou indiretamente, começaram a atravessar o oceano. Disso fomos vítimas quando a Holanda, em conflito com a Espanha a que Portugal estava então unido invadiu a Bahia e Pernambuco. A partir de 1914, todas as guerras passaram a ser planetárias, mesmo quando o teatro de operações se limite na geografia.

O problema do Oriente Médio nos toca profundamente. Fomos corresponsáveis, com a decidida posição de Oswaldo Aranha que presidia a Assembléia Geral da ONU em São Francisco pela criação do Estado de Israel, e de um Estado palestino no mesmo território. Se as nações fossem movidas de mauvaise conscience, estaríamos hoje avaliando se fizemos o melhor em 1948. Concluiríamos que não agimos mal, porque obedecíamos às circunstâncias históricas. E porque não agimos mal naquele momento, agimos bem, agora, quando tentamos esvaziar as tensões entre o Irã e Israel. O confronto não nos interessa, embora possa interessar ao lobby sionista dos Estados Unidos e da Europa. E atuamos com o mesmo sentimento de justiça quando cobramos o cumprimento de todas as resoluções da ONU que exigem a independência e soberania do povo palestino em fronteiras seguras.

É irrelevante saber se a senhora Clinton está atendendo mais aos eleitores sionistas e ao lobby da indústria de armamentos do que aos interesses profundos de seu país, que o presidente Obama parece identificar. Há, desde a campanha eleitoral, diferença de approach com relação ao Oriente Médio entre a bem sucedida advogada de Chicago e o mestiço nascido no Havaí com o inquietante sobrenome Hussein. Cada pessoa é também a sua circunstância, de acordo com o achado do jovem Ortega y Gasset, e a ela sempre pagará algum tributo. A circunstância de Lula fez dele, desde a infância, um negociador. Homens que não nascem com o futuro assegurado pelos bens de família devem negociar o seu destino com os percalços da vida, e Lula soube fazê-lo, e bem, pelo menos até agora.

Desde outubro passado, o governo americano manifestou publicamente seu interesse em uma solução de compromisso pela qual o Irã enviasse seu urânio, parcialmente trabalhado, para enriquecimento completo em outro país. Na época se falou na Rússia, mas os falcões americanos provavelmente a isso se opuseram, em memória da Guerra Fria. Lula se entendeu com a Turquia, membro temporário, como o Brasil, do Conselho de Segurança, a fim de negociar a saída diplomática e honrosa para o impasse.

O Brasil não necessita da licença de terceiros para conduzir sua política externa. Cabe-lhe exercê-la com o respeito que o governo deve ao Estado e, o Estado, à soberania do povo. Entre os que contestam a importância do acordo há os nostálgicos de um tempo em que Otávio Mangabeira beijava a mão de Eisenhower e Vernon Walters dava ordens aos golpistas de 64.
Queiram, ou não, os xenófilos deslumbrados, o compromisso de Teerã é uma vitória diplomática do Brasil e do metalúrgico Luiz Inácio, que chefia o Estado.

Coisas da Política - Mauro Santayana
Jornal do Brasil - 19/05/2010

Recesso forçado

terça-feira, 18 de maio de 2010

Este blog está de recesso forçado. Me submeti a uma cirurgia na mão, quebrei um ossinho, a falange. Esta semana estou de repouso, me recuperando. Semana que vem estamos de volta.
Para não perder o hábito, o que o Serra vai fazer com o Data-Folha? Aguardemos.

Charge excelente: Serra sem discurso

sexta-feira, 14 de maio de 2010


do site www.sul21.org.br

Primeira entrevista do Patrus após as prévias

Política - Jornal o Tempo dia 14/05/2010

Entrevista


"Mesmo não sendo candidato, estarei à disposição para ajudar"
Patrus Ananias Ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Derrotado nas prévias do PT para escolha do candidato ao governo de Minas, Patrus ainda não decidiu seu futuro, mas deixa claro que pode optar apenas pelo papel de militante e não ser candidato a nada. Entretanto, não abre mão de participar das campanhas de Minas e da ex-ministra Dilma Rousseff.

Qual é o balanço das prévias?

Considero que foi um processo muito positivo, como são sempre as prévias no PT. Eu sempre defendi as prévias. Desde que eu coloquei meu nome como de candidato, eu venho defendendo as prévias. Penso que foi bom a gente ter realizado, acho que elas vieram com alguns entraves, que não comprometem o processo. É importante registrar que as prévias foram marcadas em um período muito curto, de 15 dias, não houve debates, o período foi muito limitado, mas de qualquer forma foi muito bom, mais de 30 mil militantes votaram - uma coisa forte, bonita, democrática, em um contexto de mais de 100 mil filiados. Teve da minha parte um processo intenso, viajei muito pelo Estado, por todas as regiões de Minas, dezenas de regiões. Penso que dei a minha contribuição. O resultado não nos foi favorável, mas entendo que o processo foi muito bom.

Houve desestímulo da militância no processo?

Houve. Havia uma insistência muito grande de alguns órgãos de imprensa e de algumas lideranças do PT em dizer que as prévias não eram para valer, que havia um acerto definitivo com o PMDB. Isso, claro, que desmotivou uma parte da militância.

O senhor não acredita que há interferência das cúpulas nacionais do PT e PMDB em favor da escolha de Hélio Costa?

A interferência certamente existe e é legítima. No último Congresso do PT, do qual eu fui delegado, eu votei que o nacional tivesse poder para fazer interferências aqui em último caso. Sempre defendi o PT como partido nacional. E foi com esse processo que nós elegemos o presidente Lula. Eu saí do ministério com um projeto de governar Minas Gerais, sabendo que eu teria que enfrentar muito desafios, o primeiro seria ganhar as prévias e unificar o PT de Minas, mas sabia que o segundo critério seria trabalhar para viabilizar a candidatura dentro de uma unidade mais ampla. É muito difícil nós ganharmos em Minas sem fazer uma aliança programática, ética. O PMDB tem presença, familiaridade no Estado. É importante buscarmos também outros partidos da base aliada. Sempre defendi também que deveríamos incorporar lideranças dos movimentos sociais.

O senhor vai colocar seu nome à disposição dessa chapa da base?

O meu compromisso com o projeto é permanente. Meu compromisso com o PT, com nosso projeto nacional, é permanente, passando também por Minas Gerais - um projeto de resgate do Estado, com as políticas sociais, com compromisso prioritário com os mais pobres, economia solidária, desenvolvimento regional. Meu compromisso é permanente. Sou militante desde os 13 anos. Mas nesse momento também considero que a política a serviço do bem comum não se faz somente no campo dos mandatos. Penso que há um espaço da política fora do espaço eleitoral. Dentro do próprio PT, nessa renovação política, nessa juventude. Quero também estudar, ler, ser professor. O projeto do governo de Minas não era um projeto meu, era um projeto coletivo. Como nosso projeto coletivo não se viabilizou, eu acho que devemos refletir. Claro que estou abrindo um processo de conversa com as pessoas, com os partidos, com as militâncias que me apoiaram e me estimularam a ser candidato.

Isso significa que o senhor não vai se decidir agora?

Não. Não tem nada definido, as informações que eu tenho é que a chapa majoritária deverá fechar até o dia 6 de junho, as convenções partidárias estão marcadas para meados de junho. E o acerto final da aliança em torno do dia 26. Então, tem prazo e, durante esse tempo, eu estarei pensando.

E o senhor continuará torcendo para o PT encabeçar a chapa?

Claro. Eu penso que há um sentimento de mudança. Penso que o PT expressa mais do que qualquer partido - com todo respeito a esses partidos -, esse sentimento de mudança, esse compromisso histórico com as políticas sociais, com os pobres, com os trabalhadores, com a democracia participativa, com a busca de integração do econômico com o social. Então é claro que, como militante do PT, gostaria muito de ver o PT disputando e ganhando as eleições em Minas. Mas é claro que temos certeza de que vamos ter uma aliança, que seja uma aliança programática, e eu me disponho a colaborar. Eu acho que está na hora de colocar na mesa PT, com PMDB, PCdoB, partidos que estamos conversando, PDT, PR, PSB, com os quais temos uma relação histórica, gostaria muito também de ter o PV. Penso que está na hora de discutirmos o que nós queremos para Minas Gerais.

Independentemente de participação na chapa majoritária aqui em Minas, o senhor vai contribuir efetivamente com as campanhas mineira e nacional?

É claro que tem que acertar o espaço, independente de eu ser ou não candidato. O meu compromisso com o PT, como falei, é permanente. Mesmo não sendo candidato, eu estarei à disposição para participar e ajudar em tudo que for possível tanto na campanha estadual quanto na federal. Eu estarei onde estiver meu partido. Mesmo não sendo candidato, se não for, eu estarei disponível para que as conquistas que tivemos no governo Lula continuem, sobretudo tendo uma incidência maior aqui em Minas Gerais também.

O senhor sai desse processo chateado, magoado com alguma coisa? Ou o senhor sai desse processo pessoalmente bem?

Saio desse processo pessoalmente bem. É claro que perder não é bom não, é um exercício também de humildade. Ouvi uma frase uma vez muito bonita, que eu guardei, que é "quem não sabe perder, não merece ganhar". A gente tem que saber perder. Eu queria as prévias, coloquei algumas ressalvas como a questão do prazo, a questão do tempo, mas não compromete. Estou com a consciência muito tranquila e o coração muito aquecido. Eu fiz a opção que queria fazer. A saída do ministério foi muito difícil para mim pela relação profunda que eu estabeleci com ele. Lá estive por mais de seis anos e o ministério se tornou uma referência em termo de politicas sociais transparentes e eficazes. O Brasil virou uma referência no mundo em termos de politicas sociais de combate à fome. Nós estamos superando a fome no Brasil. Isso é uma conquista histórica.Então eu acho que foi uma opção consciente. Disputei as prévias, não foi possível ganhar. Agora é seguir com novos horizontes. Tenho essa alegria, que Deus me deu, de ter diferentes caminhos na minha vida. Sou militante político e histórico, mas não sou necessariamente um militante de eleições. Quando eu fiz a minha opção pelo PT, no alvorecer do partido, foi uma opção de longo prazo, não tinha uma expectativa de ser, 12 anos depois, prefeito de Belo Horizonte, 22 anos depois já estava chegando à Presidência com o Lula, como ministro. Eu tenho uma alegria enorme pelo que a gente fez. Tenho uma possibilidade enorme de refletir sobre a perspectiva de não disputar uma eleição e voltar às salas de aula, retomar meu trabalho como funcionário concursado na Assembleia Legislativa de Minas e ter um tempo maior para ajudar o PT e os movimentos sociais a refletir um pouco mais.

O senhor tem manifestado preocupação com o PT. O senhor acha que o partido está em um descaminho?

Não. Não acho que é um descaminho. O PT cresceu e cresceu muito. Sem nenhum preconceito, sem nenhum pré-julgamento, o partido cresceu muito e é bom que cresça. Mas é claro que nós incorporamos também muitas pessoas, com mandatos, que trouxeram suas bases, que não partilham de nossos compromissos. É uma dialética, acho que o partido tem que lutar pelos compromissos históricos e éticos e pelo compromisso com a democracia. Que o PT cresça, mas que continue sendo um partido de esquerda. (Carla Kreefft)


Publicado em: 14/05/2010

Lula está do lado do BEM e Serra do lado do DEM...

É incrível a desenvoltura de Serra para tentar confundir a opinião pública. Candidato da oposição e ferrenho adversário do governo Lula, passa agora a defender as conquistas do atual governo. Seus apoiadores estão engasgados com sua fraqueza política e de caráter.
Não apresentou até hoje nenhum elemento programático. Não disse o que quer mudar. Quando disse sobre o Mercosul, desconversou no outro dia. Sobre o Banco Central, a mesma coisa.
Depois em Pernambuco, disse que Lula está acima do bem e do mal.
É muito cinismo. Ao não poder falar de seu verdadeiro programa, tenta descolar sua imagem de oposicionista e de sua ligação com o governo FHC.
Nesse momento da chamada pré-campanha, ele vai delineando o rumo de sua campanha. Publicamente quer navegar no bom momento do Brasil, e não enfrenta o governo. Nos outros meios, sua campanha vai para a baixaria e na tentativa de desconstrução de Dilma. Nos meios de comunicação - seus aliados mais poderosos - vai corrigindo suas gafes e destacando possíveis escorregões de Dilma.
Nesse sentido, o programa do PT que foi ao ar ontem, foi excepcional. Resgata a história de Dilma, seu papel no atual governo, o apoio incondicional de Lula. E recoloca a participação de Serra, do PSDB e do DEM no governo FHC. Compara índices que interessam ao povo brasileiro alcançados nos dois governos.
Continuar a mudança que o Brasil vive desde 2003, aprofundando as conquistas é o Brasil no rumo certo.
No momento adequado, quando começar verdadeiramente a campanha depois da Copa, entrará na discussão eleitoral os projetos que se apresentam ao país. Aí sim, Serra terá que se mostrar.
O acerto das alianças e dos palanques estaduais cumpre agora etapa tática fundamental. Mas, ao mesmo tempo é preciso ir avançando no debate programático, para que a consciência política acumulada nesse país se coloque de pé, e o embate seja nítido, com avaliações do que se fez e propostas para o futuro que empolguem e mantenha acesa a chama da esperança, que vem alimentando a construção dessa nova nação.
Serra está do lado do mal que fizeram a este país nos oito anos de neo-liberalismo.
Dilma está do lado do bem que Lula e o PT estão fazendo, junto com o povo, ao Brasil.
É assim, Lula está do lado do BEM e Serra ao lado do DEM.....

Serra: vários pregos, sempre a mesma ferradura

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato tucano é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor.

O incômodo de Serra com a entrevista de dois de seus agentes econômicos revelando como a coligação tuco-dema vai ferrar o Brasil, impondo-lhe uma recessão como a que o FMI e UE agora fazem cair sobre a Grécia é muito expressivo.
Mas não só do passa-moleque que se está preparando para o eleitor. É claro que a função do candidato, nessa altura, fica sendo mais a de espalhar uma cortina de cinzas sobre o verdadeiro Cavalo de Tróia que querem por de volta na economia brasileira, além do freio nos dentes do povão brasileiro – essa eterna “fonte de inflação” para os economistas desse grupo.

Também fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor, ou até nas suas costas. Então suas frases e intervenções ficam assim como desossadas, sem esqueleto que as sustente, como uma geléia exposta ao sol e sem prato que a sustente pelas laterais.

O candidato vai a Minas e desqualifica o Mercosul. Diante da grita dos nossos vizinhos, mais a que certamente ouviu de alguns empresários de seu apoio, apressa-se a correr para a Folha de S. Paulo para dizer que pretende “flexibilizar” o Mercosul para permitir mais acordos bilaterais. Quer dizer: diz e não diz, sofisma, tergiversa, quer convencer os ouvintes/leitores que vinho, vinagre, e ainda água e azeite são a mesma coisa.

Depois vai a um “programa policial” e anuncia que vai criar um Ministério da Segurança. A declaração – estapafúrdia em si – provoca mal-estar em suas hostes, pois vêm nisso um estado a inchar. Ele vai logo corrigindo, dizendo que em contrapartida vai fechar a Secretaria de Assuntos Estratégicos. Bom, há algum sentido nisso, porque para a visão tuco-dema o Brasil não precisa de uma SAE. Já temos o Departamento de Estado em Washington, o FMI, o Banco Mundial e os Chicago Boys para nos orientar, para que mais? Além disso, o que a coligação tuco-dema talvez queira fechar mesmo são as bocas dos ministros Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães.

Mas a única comparação numérica que se pode fazer entre as duas entidades citadas, uma projetada e a outra existente, é a da quantidade de letras que compõem os seus nomes. Agora já não se trata de introduzir um Cavalo de Tróia, mas um Elefante Branco. É algo como dizer: “eu vou construir um novo edifício de dez pisos na Esplanada dos Ministérios, com trinta escritórios por andar, mais o bar, o restaurante, o cafezinho, a segurança, e ainda o anexo que sem dúvida virá depois, criando uma certa confusão redundante com o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Secretaria de Assuntos Penitenciários, talvez o Ministério da Defesa também. Em contrapartida, vou fechar esses três andares no Bloco O da mesma Esplanada, onde funciona a SAE, e redirecionar seus funcionários não sei bem para onde ainda, mas isso se arranjará”.

Quer dizer, sem plano consistente ou inconsistente que seja, a que se referir como horizonte ou moldura, a fala do candidato fica ao sabor da sua circunstância. Está certo que Ortega y Gasset nos disse que “o homem é o homem e suas circunstâncias”. Mas nos disse também que “o que não é destino é frivolidade”. Sem destino manifesto, a fala do candidato fica dispersa em sua circunstância, como a biruta dos aeroportos, ao sabor dos ventos. E quem nasceu para biruta de aeroporto jamais chegará a galo de campanário.

11 maio 2010
Por Flávio Aguiar

Dilma na Istoé: Nós fizemos e sabemos como continuar a fazer

ISTOÉ – Por que a sra. acha que o presidente Lula a escolheu para sucedê-lo e quando exatamente se deu isso?



Dilma Rousseff – O presidente Lula me escolheu quatro vezes. A primeira foi na transição do governo de Fernando Henrique para o governo Lula, em 2002. O presidente me chamou para fazer a coordenação da área de infraestrutura porque me conhecia das reuniões do Instituto de Cidadania. Depois ele me escolheu para ser ministra de Minas e Energia. E, em 2005, para ser ministra da Casa Civil. Por último, me escolheu para ser pré-candidata para levar à frente o projeto de governo. Acho que me escolheu porque acompanhei com ele a construção de todos os grandes projetos. O presidente sabe que nós conseguimos, juntos, fazer estes projetos.



ISTOÉ – Ser presidente era uma ambição pessoal da sra.?


Dilma – É um momento alto da minha vida, talvez o maior. Tem gente que passou uma vida inteira querendo ser presidente da República. Eu era mais modesta. Fui para a atividade pública porque queria servir. Pode parecer uma coisa falsa, mas acho que se pode servir à população brasileira no setor público. Sempre acreditei que o Brasil podia mudar, mas isto era uma questão longínqua. Quando o Lula me chamou para a chefia da Casa Civil, ele pretendia que o governo entrasse na trilha do crescimento e da distribuição de renda para que o Brasil desse um salto, e vi nisso uma grande oportunidade.



ISTOÉ – A sra. se considera preparada para o cargo?


Dilma – Tenho clareza, hoje, de que conheço bem o Brasil e os escaninhos do governo federal. Então, sem falsa modéstia, me acho extremamente capacitada para o exercício desse cargo. E acredito que o fato de não ser uma política tradicional pode incutir um pouco de novidade na gestão da coisa pública. Uma novidade bem-vinda. Na minha opinião, critérios técnicos se combinam com políticos. Escolher onde aplicar é sempre um ato político. Por exemplo, eu acho que a grande missão nossa é erradicar a pobreza e que é possível erradicá-la nos próximos anos. Isto é um ato político. Outra pessoa pode escolher outra coisa.



ISTOÉ – No horizonte de um governo, é possível erradicar a pobreza?


Dilma – Tem um estudo do Ipea mostrando que até 2016 é possível erradicar a pobreza extrema, a miséria. Mas o empresário Jorge Gerdau costuma dizer que “meta que se cumpre é meta errada”. Metas não são feitas para cumprir, mas para estabelecer um objetivo, criar uma força. Assim, acredito que o prazo de 2016 é viável, mantido o padrão do governo Lula. Nossa meta pode ser ainda mais ousada. Só não vou dizer qual porque, se passar dois dias sem cumpri-la, vão dizer: “Não cumpriu a meta”, como fazem com o PAC. Atrasar uma obra de engenharia em seis meses é a catástrofe no Brasil.



ISTOÉ – O presidente Lula também trabalhou com metas quando foi candidato. Ele falava em dez milhões de empregos...


Dilma – Acho que a gente fecha em 14 milhões. Falei com a área econômica de dois bancos e ambos consideram que o crescimento do PIB será de 6,4%, podendo chegar a 7%, o que dá condições para se chegar a estes 14 milhões de empregos. Os dados da produção industrial que fechamos em março apontam um crescimento muito robusto e sustentável porque são os bens de capital que estão puxando esse desempenho.



ISTOÉ – O Banco Central está preocupado com este crescimento...


Dilma – Não, o Banco Central está preocupado com outra coisa. Ele não pode estar preocupado com a expansão dos bens de capital porque isso é virtuoso.



ISTOÉ – Parece que há uma visão dissonante entre o Banco Central e a Fazenda sobre o desempenho da economia. Como a sra. vê essa questão?


Dilma – Os dois trabalham em registros diferentes. O BC faz uma análise necessariamente de curto prazo, porque ele trabalha com questões inflacionárias conjunturais, mais imediatas. Ele olha a pressão na hora que ela acontece. Já a Fazenda tem uma visão de mais médio e longo prazo. É outro registro. A Fazenda tem consciência de que o Brasil está em uma trajetória de estabilidade e de sustentabilidade. Agora, isso não é incompatível com o fato de você ter pressões inflacionárias imediatas. Acho que foi importante o aumento dos juros na última reunião do Copom.



ISTOÉ – Isso não dá munição para os seus adversários?


Dilma – Nós já tivemos duas experiências muito ruins de, durante a eleição, fingir que é uma coisa e, depois, virar outra. Uma na virada do primeiro para o segundo mandato do Fernando Henrique Cardoso e outra no Plano Cruzado. Hoje somos perfeitamente capazes de elevar a taxa de juros e assumirmos as consequências, sem que isso signifique uma perda. Temos integral compromisso com a estabilidade.



ISTOÉ – A sra. concorda com a política de juros do BC?


Dilma – Concordo. Acho que, da ótica do BC, ele fez o que precisava fazer. Nos Estados Unidos, onde há um histórico maior de estabilidade, o Federal Reserve tem dois olhos: um que olha a inflação e outro o emprego.



ISTOÉ – O nosso só olha a inflação.


Dilma – No meu governo acho que, mais para o final, teremos condições de olhar as duas coisas: inflação e emprego.



ISTOÉ – Teremos um BC diferente?


Dilma – Teremos uma política e uma realidade diferentes. Porque, para o BC fazer isto, é preciso uma redução da dívida líquida em relação ao PIB. O Brasil converge para condições monetárias de estabilidade que permitirão a combinação de outras variáveis. Criamos robustez econômica suficiente para fazer isso.



ISTOÉ – A sra. vai enfrentar um candidato que também se apresenta como um pós-Lula. O que a diferencia dele?


Dilma – Só se acredita em propostas para o futuro de quem cumpriu suas propostas no presente. O que nos distingue é que nós fizemos, nós sabemos o que fazer e como fazer. Mais do que isso, os projetos dos quais eu participei – 24 horas por dia nos últimos cinco anos – são prova cabal de que somos diferentes.



ISTOÉ – A sra. não acha importante o fato de o PT ter assumido o governo com um quadro de estabilidade da moeda?


Dilma – Eu não queria fazer isso, mas, se vocês insistem, vamos lá: recordar é viver. Nós assumimos o governo com fragilidades em todas as áreas. Taxas de inflação acima de dois dígitos, déficit fiscal significativo e, sobretudo, uma fragilidade externa monstruosa. Tínhamos um empréstimo com o FMI de US$ 14 bilhões. A margem de manobra nessa situação é zero. Você se coloca de joelhos junto aos credores internacionais. Quem fala com você é o sub do sub do sub. Isso não foi momentâneo. Foi uma década de estagnação, de desemprego e desigualdade. Nós tivemos, claro, coisas boas. Uma delas é a Lei de Responsabilidade Fiscal.



ISTOÉ – Mas já cogitam mudá-la. A sra. é favorável a isto?


Dilma – Depende. Acho que para mexer em coisas que têm dado certo é recomendável caldo de galinha e muita calma. Mas, voltando ao recordar é viver, o Plano Real também teve mérito. Já em outros pontos fomos salvos pelo gongo. O País deve dar graças a Deus por não terem partido a Petrobras em pedaços, não terem privatizado o setor elétrico, Furnas, Eletronorte, Eletrosul. A privatização da telefonia foi correta, mas não acho hoje muito relevante. Hoje a banda larga é mais importante que a telefonia.



ISTOÉ – A sra. acha que Serra seria a continuidade de FHC?


Dilma – Não tenho nenhum comentário a fazer sobre a pessoa José Serra. Tenho respeito por ele. Mas nós representamos projetos políticos distintos. Nós temos uma forma diferente de olhar o Estado.



ISTOÉ – Ele também se apresenta como um economista da linha desenvolvimentista.


Dilma – Acho muito significativa essa tentativa de borrar diferenças. Duvido que estariam borrando diferenças se o governo do presidente Lula tivesse menos que 76% de aprovação. Duvido. Há, neste processo, a tentativa de esconder o fato de que somos dois projetos. Tenho orgulho de ter sido ministra do presidente Lula. Devemos comparar as experiências de cada um. Eles diziam que não sabíamos governar, que só tivemos sorte. A gente gosta muito de ter sorte. Graças a Deus não somos um governo pé-frio. Mas quando chegou essa crise, muito maior que a de 1929, mostramos enorme competência de gestão, capacidade de reação e ousadia.



ISTOÉ – O governo FHC foi incompetente?


Dilma – O governo FHC representa um processo em que não acredito. Não acredito num projeto de privatização de rodovias que aumenta o custo Brasil por causa dos pedágios, que embute taxas de retorno de 26% ao ano. Em estradas federais, a qualidade melhorou muito com pedágios bem menores por uma razão muito simples: nós não cobramos concessão onerosa. Logística é igual a competitividade na veia.



ISTOÉ – O que a sr. faria diferente do atual governo?


Dilma – Nós tivemos que trocar o pneu do carro com ele andando. Algumas coisas concluímos, em outras não conseguimos avançar. Acho imprescindível, para o patamar de crescimento atingido, fazer a reforma tributária. Não é proposta, é uma exigência. Se quisermos aumentar nossa produtividade e, consequentemente, nossa competitividade, precisamos acabar com coisas absurdas como a tributação em cascata.



ISTOÉ – O governo atual também diz que tentou fazer isto.


Dilma – Não deu agora porque reforma tributária significa conflito federativo. Aprendemos que é inviável fazer reforma tributária sem compensações porque ela tem tempos diferentes. Para neutralizar o efeito negativo da perda de arrecadação, vamos criar um fundo de compensação. Este é o único mecanismo negociável.



ISTOÉ – Os acordos políticos resultarão ainda em loteamento de cargos?


Dilma – Não. O apoio político é totalmente legítimo. Em todos os países há uma composição política que governa. O que você tem que exigir é padrões técnicos. Lutei muito para implantar isso no governo.



ISTOÉ – Está satisfeita com o que foi feito?


Dilma – Acho que podemos melhorar.



ISTOÉ – A sra. será avó, em breve. E provavelmente seu neto nascerá num hospital privado e se educará numa escola particular. Em que momento a sra. acha que o Brasil estará pronto para mudar isso?


Dilma – Quero muito que isso aconteça porque me esforcei muito para estudar numa excepcional escola pública, que era o Colégio Estadual de Minas Gerais. A gente fazia um vestibularzinho para passar ali. Era difícil. Este é o grande desafio do Brasil. Para a educação ser de qualidade, não é só prédio, laboratório, banda larga nas escolas. É, sobretudo, professor bem remunerado e com formação adequada.



ISTOÉ – Seu neto vai ter uma superavó, moderna, talvez presidente da República. Essa avó moderna também namora?


Dilma – Olha, eu não namoro atual­mente, apesar de recomendar para todo mundo. Acho que faz bem para a pele, para a alma, faz todo o bem do mundo.



ISTOÉ – Uma vez eleita, a sra. assumiria um relacionamento? A sra. casaria no meio do mandato?


Dilma – A vida não é assim, tem que se confluírem os astros...Eu não sou uma pessoa carente propriamente dita, tive uma vida afetiva muito boa, muito rica. Mas nos relacionamentos há uma variá­vel que é estratégica, que é com quem eu vou casar. Essa variável estratégica eu tenho que saber, porque assim, no genérico, isso não existe. Agora, vamos supor que a pessoa seja maravilhosa e eu esteja apaixonadíssima...



ISTOÉ – A sra. está fechada para isso?


Dilma – Não, ninguém pode estar na vida. Mas para mim é uma coisa muito distante. E depende dessa variável: que noivo é esse?



ISTOÉ – Qual a sua posição em relação ao aborto? A sra. passou pela experiência de fazer um aborto?


Dilma – Eu duvido que alguma mulher defenda e ache o aborto uma maravilha. O aborto é uma agressão ao corpo. Além de ser uma agressão, dói. Imagino que a pessoa saia de lá baqueada. Eu não tive que fazer aborto. Depois que minha filha nasceu, tive uma gravidez tubária, eu não podia mais ter filho. E antes disso só engravidei uma vez, quando perdi o filho por razões normais. Tive uma hemorragia, logo no início da gravidez, sem maiores efeitos físicos.



ISTOÉ – Isso foi antes de sua filha nascer?


Dilma – Foi antes. Tanto é que eu fiquei com muito medo de perder minha filha, quando fiquei grávida. Mas todas as minhas amigas que vi passarem por experiências de aborto entraram chorando e saíram chorando. Eu acho que, do ponto de vista de um governo, o aborto não é uma questão de foro íntimo, mas de saúde pública. Você não pode hoje segregar mulheres. Deixar para a população de baixa renda os métodos terríveis, como aquelas agulhas de tricô compridas, o uso de chás absurdos, de métodos absolutamente medievais, enquanto as mulheres de renda mais alta recorrem a clínicas privadas para fazer aborto. Há muita falsidade nisto.



ISTOÉ – A sra. defende uma legislação que descriminalize o aborto?


Dilma – Que obrigue a ter tratamento para as pessoas, para não haver risco de vida. Como nos países desenvolvidos do mundo inteiro. Atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto.



ISTOÉ – A Igreja Católica se opõe a isto.


Dilma – Entendo perfeitamente. Numa democracia, a Igreja tem absoluto direito de externar sua posição.



ISTOÉ – A sra. é católica?


Dilma – Sou. Quer dizer, sou antes de tudo cristã. Num segundo momento sou católica. Tive minha formação no Colégio Sion.



ISTOÉ – A sra. passou por um tratamento para curar um câncer e precisa submeter-se a revisões periódicas. O que deu sua revisão dos seis meses?


Dilma – Agora faço de seis em seis meses. Fiz há pouco, em abril, e deu tudo perfeito.Existe na sociedade e em cada um de nós uma visão ainda muito pesada sobre a questão do câncer. E isso provoca nas pessoas muita dificuldade em tratar a doença Eu tive a sorte de descobrir cedo. Estava fazendo um exame no estômago e resolveram ver como estavam minhas coronárias. Eu fui para fazer um exame de coronária e descobri um linfoma.



ISTOÉ – Como a sra. reagiu?


Dilma – A notícia é impactante. Na hora eu não acreditei, estava me sentindo tão bem. Há uma contradição entre o que você sente e o que te falam. Para combater o câncer você precisa encontrar forças em você mesma. Tem que se voltar para você, não pode, de jeito nenhum, se entregar. Depois, você combate porque conta com apoio. Eu tive uma sorte danada, recebi apoio popular. Chegavam perto de mim e falavam que estavam rezando. A gente se comove muito. E também tive apoio dos amigos, do presidente, de meus colegas no governo.



ISTOÉ – A sra. rezava?


Dilma – Ah, você reza, sim. E reza principalmente porque não é o câncer que é ruim, é o tratamento.



ISTOÉ – A sra. tem medo que o câncer volte?


Dilma – Hoje não.



ISTOÉ – Como a sra. encara a vida depois disso?


Dilma – A gente dá mais valor a coisas que costumam passar despercebidas. Você olha para o sol e fica pensando se você vai poder continuar vendo esta coisa bonita. Você fica mais alerta. Só combate isso se tiver força interna. Vou contar uma coisa. Eu não conhecia a Ana Maria Braga e um dia ela me ligou e conversou comigo explicando como tinha vencido o câncer dela, que o dela era mais difícil, diferente, e que superou. Vou ter sempre uma dívida com ela, porque, de forma absolutamente solidária e humana, ela me ligou naquele momento.



ISTOÉ – Mudando de assunto, o Lula é um bom chefe?


Dilma – Sim. O Lula é uma pessoa extremamente afetiva. Ele não te olha como se você fosse um instrumento dele. Te olha como uma pessoa, te leva em consideração, te valoriza, brinca. Ele tem uma imensa qualidade: ele ri, ri de si mesmo.



ISTOÉ – A sra. também será assim como chefe? Porque dizem que a senhora é o contrário disto, durona...


Dilma – Você não pense que o Lula não é duro não, hein. É fácil até para você cobrar, em função disto. Basta dizer: amanhã tem reunião com o Lula. Simples...



ISTOÉ – As reuniões são muito longas?


Dilma – A busca de um consenso é um jeito que criamos no governo. Algumas vezes o presidente chamava isto de toyotismo. Não é a linha de montagem da Ford, onde cada um vai olhando só uma parte. É aquele método de ilha da Toyota, porque você faz tudo em conjunto. Outra coisa é que a gente sempre discute com os setores interessados. Sabe como saiu o Minha Casa, Minha Vida? Porque nós sentamos com eles (empresários da construção civil) e conversamos. Eles criticando o que se fazia, os 13 grandes mais a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Se você não fizer isso, se não for absolutamente exaustivo no debate do detalhe, o projeto não fica em pé. Na curva ele cai.



ISTOÉ – Hoje todo mundo comenta, inclusive dentro do partido, que, a partir da entrada do presidente na campanha, suas chances de vitória aumentam. A sra. traz essa expectativa também?


Dilma – Do nosso ponto de vista já é dado que o presidente participa. Nós nunca achamos que ele vai chegar um dia e participar depois. O presidente é a maior liderança do PT, a maior liderança da coligação do governo, uma das maiores lideranças do País, uma das maiores lideranças do mundo...



ISTOÉ – O fato de ter duas mulheres pela primeira vez concorrendo dará um tom diferente à campanha?


Dilma – Acho que as mulheres estão preparadas para pleitear as suas respectivas candidaturas e o Brasil está preparado para as mulheres agora. Penso que é muito importante que haja um olhar feminino sobre o Brasil. As mulheres são sensíveis e isso é uma grande qualidade. As mulheres são sensatas e objetivas até porque lidam na vida privada com condições que exigem isto. Ou você não conseguiria botar filho na escola, providenciar comida, mandar tomar banho, ir trabalhar... As mulheres também são corajosas: a gente segura dor, a gente encara.



ISTOÉ – A sra. é a favor ou contra a reeleição?


Dilma – Sou a favor. Acho muito importante.



ISTOÉ – A sra. cederia a possibilidade de uma reeleição para o presidente Lula, no caso de ele querer se candidatar em 2014?


Dilma – Ele já me disse para não responder a essa pergunta.



ISTOÉ – Até quando a sra. vai obedecer cegamente o que ele manda?


Dilma – Lula não exige obediências cegas.



ISTOÉ – A sra. acompanha futebol como o presidente Lula?


Dilma – Quero o Neymar e o Ganso na Seleção. Tenho muita simpatia pelo Ganso, aquele jeito meio desconcertado de falar. Mas gosto dos dois. Eles trouxeram alegria de volta para o futebol. Jogam de forma desconcertante e atrevida.



Revista Istoé

A chave do discurso de Dilma

terça-feira, 11 de maio de 2010

Rudolfo Lago

"O debate a ser posto na mesa pela petista trata de estabelecer o seguinte: em qual momento o Brasil tomou seu atual rumo de desenvolvimento econômico com estabilidade, crescimento da classe média e do consumo interno, com um papel de maior inserção no cenário internacional?"


As últimas inserções comerciais do PT – as que foram proibidas pela Justiça Eleitoral e as duas outras colocadas no ar substituindo-as – contêm a chave do que será o discurso eleitoral de Dilma Rousseff na disputa pela sucessão do presidente Lula em outubro. Se for ao ar o programa do partido na quinta-feira, 13 de maio (há também uma ação dos partidos de oposição tentando suprimi-lo), um pouco mais poderá ser visto pelo eleitor.

Veja os vídeos novos do PT e os proibidos pelo TSE









Não se trata simplesmente de buscar estabelecer uma comparação entre o governo Lula e o governo Fernando Henrique. Não se trata simplesmente de um mero campeonato de números entre Dilma, representando a continuidade, e Serra, representante da era FH. É um pouco mais complexo. Mas, se for bem explorado pelos responsáveis pela campanha de Dilma, pode vir a ser mesmo a diferença a marcar a opção de voto nela. O debate a ser posto na mesa por Dilma trata de estabelecer o seguinte: em qual momento o Brasil tomou seu atual rumo de desenvolvimento econômico com estabilidade, crescimento da classe média e do consumo interno, com um papel de maior inserção no cenário internacional?

São dados da realidade que o país atingiu um patamar de estabilidade econômica talvez nunca visto. Que uma imensa parcela da população menos favorecida foi inserida na classe média. Que essa nova classe média fez aquecer a economia, aumentar o consumo interno e melhorar o desempenho das indústrias. Que esse aumento da economia interna não se deu em detrimento das exportações. E que o Brasil hoje não desempenha apenas um papel de mero coadjuvante tímido no cenário internacional. É claro que o Brasil não resolveu todos os seus problemas. Ainda possui um dos quadros mais graves de desigualdade social do mundo. Ainda possui um sistema educacional lamentável e uma taxa alta de analfabetismo muito alta. Mas é inegável o quanto o país avançou. Um bocado da tese do pós-Lula, lançada por Aécio Neves e encampada por José Serra vem disso, da necessidade de construção de um discurso alternativo que não pode simplesmente negar o atual estágio do país.

A discussão proposta por Dilma e pelos responsáveis pela sua campanha quer estabelecer qual foi o conjunto de situações, escolhas e decisões que levaram à construção dessa realidade. Serra dirá que é tudo consequência do Plano Real e da condução da economia durante o governo Fernando Henrique. Que o único mérito de Lula foi ter tido a sabedoria de não alterar esse rumo como prometeu na campanha de 2002 com a Carta aos Brasileiros. E que mais não foi feito pela ineficiência da máquina petista. E que, assim, portanto, ele deve ser eleito porque conseguirá tornar mais eficaz o modelo acelerando o desenvolvimento.
O que Dilma prepara-se para dizer com relação a isso é que o estágio atual do país é fruto das escolhas e decisões que foram tomadas pelo governo Lula. E que provavelmente não teriam sido tomadas por um governo de conformação mais conservadora. Ao resumir o governo Lula, os formuladores da campanha de Dilma o dividem em duas etapas: na primeira, que durou um pouco mais da primeira metade do primeiro mandato, foram criadas as condições para a aceleração da economia, característica da segunda etapa.

Segundo Dilma dirá, quando Lula assumiu o governo, a situação econômica do país era de estagnação e desigualdade. Ao longo dos seus oito anos de governo, Lula conseguiu, então, imprimir ações que derrubaram alguns tabus. O primeiro: aumento de salário gera inflação. O segundo: não dá para crescer distribuindo renda (a velha ideia de que primeiro é preciso crescer para distribuir depois). Na verdade, a campanha de Dilma prepara-se para tentar mostrar que foi justamente por melhorar salários e distribuir renda – aumentando o mercado consumidor interno – que Lula fez o país o crescer. Hoje, 60% do país está acima da classe D, ou seja, pelo menos na classe média.

Na tal primeira etapa, era necessário um voo mais conservador para fazer com que o país recuperasse as condições para a etapa seguinte. O Brasil saneou suas dívidas e recuperou suas reservas. Dilma não dirá – porque, é claro, agora não lhe convém – que divergiu muito do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na intensidade e na extensão da sua ortodoxia naquele momento. Ou seja: se dependesse de Dilma, a primeira etapa talvez tivesse sido mais curta. Mas, se o doutor Palocci, na época, overdosou ou não o paciente, isso hoje importa menos, acredita-se no comando da campanha de Dilma. O importante é que foram criadas as condições para a segunda etapa.

Para o surgimento da nova classe média – que, não sem razão, se tornou o principal esteio eleitoral de Lula –, conjugou-se uma forte política social com uma forte política de crédito. Enquanto a política social garantia às famílias mais pobres o básico, o crédito, associado à estabilidade, assegurou o acesso a bens duráveis e a outros produtos que antes estavam a milhares de quilômetros de distância da possibilidade de consumo dessas pessoas. Em 2003, o crédito disponível no sistema brasileiro girava em torno de R$ 380 bilhões. Em março deste ano, o valor disponível era de R$ 1,4 trilhão. É crédito consignado, crédito para bens duráveis, crédito agrícola, etc. Consumindo, essa população aqueceu a economia e fez o país crescer. E melhorou substancialmente a sua própria qualidade de vida.

Na eleição em 2006, essa realidade já se verificava. E foi principalmente essa nova classe média, essa nova população mais diretamente beneficiada com a condução do governo Lula, que pendeu a balança para fazer com que ele se reelegesse na disputa com Geraldo Alckmin. Agora, Lula não será o candidato. E eis aí o desafio de Dilma: sua tarefa é mostrar ao eleitor que a continuidade dessa situação naturalmente é ela.

O que ela dirá, então, é que Lula a escolheu como sucessora exatamente porque foi ela a operadora dessa segunda etapa do governo, em que, postas as condições básicas, operou-se a tal mudança. Da Casa Civil, era Dilma quem criava – é o que ela pretende demonstrar – as condições para que acontecesse a tal etapa de crescimento econômico com estabilidade e igualdade social. Se era ela, então, quem materializava esse discurso no governo Lula, é ela a melhor escolha de quem quer manter as coisas no mesmo rumo.

Em síntese, esse é o discurso construído. Algumas atitudes da oposição mostram a existência talvez de um certo desconforto em aceitar o debate nesses termos propostos por Dilma e pelo PT. É um sinal de que o discurso pode colar. Se, em outubro, o eleitor sentir-se bem com a sua situação, se entender que ela é fruto das decisões tomadas por Lula, e que a continuação dessas decisões faz mais sentido que venha de alguém ligado a ele, então Dilma terá vencido a parada.


*É o editor-executivo do Congresso em Foco. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, Rudolfo Lago atua como jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio Braziliense, pela série de reportagens que resultaram na cassação do senador Luiz Estevão

Dengue causa maior número de mortes da história de SP

Para o PSDB a culpa é das chuvas e da troca de prefeitos. Aliás, os tucanos são craques em transferir responsabilidades. Serra continua sendo o campeão da dengue. Será por quê?

11/05/2010 10h10 - Atualizado em 11/05/2010 10h10


Agencia Estado
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A epidemia de dengue que ocorre neste ano no Estado de São Paulo já causou o maior número de mortes da história da doença no Estado - pelo menos 55 - e é a segunda em total de casos - 69.148 -, perdendo só para a registrada em 2007. O total de doentes em 2010 já corresponde a 74,8% do computado em 2007, ano em que foram notificados 92.345 casos da doença. As cidades de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Guarujá e Santos lideram.

A Secretaria de Estado da Saúde deixou de divulgar no site para acompanhamento da doença dados oficiais sobre as mortes, apesar de a dengue ser de notificação compulsória, de acordo com a legislação brasileira. Também tem se recusado a conceder entrevistas sobre o tema. Ontem, a pasta só forneceu os dados sobre óbitos depois de questionada, mesmo assim apenas o número deste ano.

Em janeiro de 2010, o Ministério da Saúde alertou que a reemergência do vírus tipo 1 da dengue poderia causar epidemias em São Paulo, Rio, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Piauí, em razão de a população desses locais não ter contato com esse sorotipo desde o início da década passada.

No entanto, dados do próprio governo do Estado de São Paulo apontam que, em 2008, foram realizadas apenas pouco mais de um terço das visitas de apoio programadas nas residências paulistas para controle de focos do mosquito e orientações de prevenção. A principal ação preventiva contra a dengue é evitar o acúmulo de água, usada pelo mosquito da doença para reprodução.

Troca de prefeitos

Em nota, o governo estadual destacou que as visitas são atividades de apoio e que, como em 2008 houve baixa transmissão, não houve necessidade de ações como nebulização para combater o mosquito. Além de responsabilizar as chuvas e as altas temperaturas dos últimos meses pela epidemia, o governo informou que as trocas dos prefeitos pode ter provocado a epidemia e que "a participação da população é fator primordial no controle". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

FICHA LIMPA E O RANKING DA CORRUPÇÃO

Vamos divulgar e pressionar a Rede Globo e os jornalões a dar publicidade a esta notícia:

Segundo o TSE o ranking da corrupção no Brasil foi o seguinte, medido pela quantidade de políticos cassados por corrupção desde 2000. Destacam-se no pódio dos campeões, com grande vantagem sobre os demais partidos, o DEM (1º), o PMDB (2º) e o PSDB (3º):


1º) DEM (69);

2º) PMDB (66);

3º) PSDB (58);

4º) PP (26);

5º) PTB (24);

6º) PDT (23);

7º) PR (17);

8º) PPS (14);

9º) PT (10);

10º) PV, PHS, PRONA e PRP ,empatados com (1).

PT DE MINAS ADIA ENCONTRO ESTADUAL PARA 20 DE JUNHO

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Por maioria, a Executiva Estadual do PT de Minas acabou de adiar o Encontro Estadual que seria realizado dias 21 e 22 de maio próximos. O Encontro será realizado em 19 e 20 de junho, um mês de adiamento.
Segundo fui informado, o adiamento foi para que o ex-prefeito Fernando Pimentel tenha tempo de alcançar melhores resultados nas pesquisas eleitorais e criar condições de ser candidato a governador, conforme resultado das prévias que acabou de vencer.
O Presidente Reginaldo Lopes, o deputado Miguel Correa e o ex-prefeito de São João Del Rei Cristiano foram derrotados na reunião. Eles queriam manter a data do Encontro e repassar a decisão da candidatura a governador ou a o Senado à executiva Estadual.
O PT precisa respeitar o resultado da prévia. O PT pode governar Minas com Pimentel, unindo todo o partido. As prévias uniram o PT de Minas!

Caso Alstom - Suspeita de tucanos terem recebido propinas começa a ser comprovadas

Cada vez mais, a suspeita de que a multinacional Alstom teria pago propina a tucanos paulistas para garantir contratos públicos bilionários, como os do Metrô de São Paulo, vai sendo comprovada. O Ministério Público da Suíça acusou formalmente um suspeito de ter mediado pagamento de propinas da empresa francesa Alstom no Brasil e licitações em outros países.

O suspeito é o banqueiro suíço Oskar Holenweger, que foi acusado por lavagem de dinheiro e administração de recursos provenientes de corrupção de um “grupo industrial francês”. O Ministério Público confirmou que as investigações mostraram relações com o Brasil.

Os suíços já bloquearam contas no nome de 19 brasileiros por também serem suspeitos de envolvimento com recebimento e pagamento de propinas da Alstom. Entre eles estão Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes de Luiz Antonio Fleury Filho, em 1994, e irmão do presidente do Metrô, e Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), apontados como os maiores beneficiários do esquema.

O Ministério da Justiça prometeu encaminhar à Suíça e à França pedidos de quebra do sigilo bancário das 19 pessoas e de empresas suspeitas de receber propina da Alstom para que ela fosse declarada vencedora de concorrências do governo de São Paulo.

A suspeita é de que a multinacional utilizou cerca de R$ 800 milhões para pagar propinas a funcionários públicos do Brasil e outros países responsáveis pelas contratações. Destes, R$ 15 milhões teriam sido desviados pelo banqueiro. A Alstom nega qualquer envolvimento em atos ilegais e diz estar colaborando com todas as investigações.

* com informações do Jornal da Tarde - 7/5/2010

Suíço usou caixa 2 para pagar propina a brasileiro

O banqueiro suíço Oskar Holenweger teria se utilizado de notas falsas, contratos fictícios com supostos consultores e empresas de fachada em paraísos fiscais para desviar recursos da Alstom para o pagamento de propinas a “um agente público brasileiro”. As informações chegaram ontem ao Tribunal Penal da Suíça, que deve julgar o caso em novembro.

Ele foi acusado de mais de 150 atos de corrupção e gestão de um caixa 2 para alimentar esquema no Brasil, que teria como meta garantir à Alstom contratos em obras públicas. “As investigações revelaram que o acusado gerenciava um caixa dois para um grupo industrial francês. Ele servia para efetuar o pagamento para adquirir contratos. Esse foi um procedimento que começou no início dos anos 90 e que continuou até 2001”, disse o procurador suíço Lienhard Ochsner.

Oschner confirmou ainda que existem investigações em andamento relacionadas a “outros colaboradores do grupo industrial”. Na Suíça, 19 brasileiros já tem suas contas bloqueadas em relação ao caso. Entre os citados no pedido estão o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Robson Marinho, e o engenheiro Jorge Fagali Neto, irmão do presidente do Metrô de São Paulo. Ambos negam irregularidades.
No ano passado, o Ministério Público da Suíça congelou em Genebra US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, que foi secretário de Transportes do governo estadual de Luiz Antonio Fleury Filho, em 1994.

Segundo o procurador, o primeiro passo do esquema era feito pela Alstom e uma sociedade off-shore administrada pelo banqueiro suíço, fechando um contrato de consultoria. Sob instruções do responsável da Alstom, a off-shore criava faturas fictícias e repassava à gigante francesa. As faturas se referiam a serviços que jamais eram prestados. Mesmo assim, o suposto serviço era pago pela Alstom à offshore e contabilizada como gastos do grupo francês.

O esquema

Alstom e sociedade offshore do banqueiro suíço fechavam um acordo de consultoria na qual criava faturas fictícias para serviços que jamais eram prestados

O suposto serviço era pago pela Alstom à offshore e contabilizada como gastos do grupo francês

Nas contas da offshore, um dos beneficiados seria um intermediário ou o próprio banqueiro. Não havia infraestrutura, escritório e nem funcionários na offshore

Sob instruções da Alstom, o banqueiro transferia os fundos a terceiros, entre eles um agente público brasileiro, e ficava com uma parcela da propina

fonte: Jornal da Tarde – 8/5/2010

Serra tem vergonha do DEM e do Arruda?

Vai ser assim, muita dissimulação e cinismo: Confiram os dois vídeos abaixo.

ANTES: VOTE NUM CARECA E GANHE DOIS (O DESEJO DELE ERA QUE O ARRUDA FOSSE SEU VICE)


DEPOIS: ESTÚPIDO COM A REPÓRTER (RENEGA E REJEITA A EXISTÊNCIA DO AMIGO CARECA, SEU QUASE VICE)

PT tem chances reais em Minas

terça-feira, 4 de maio de 2010

A realização das prévias asseguraram unidade do PT, na medida em que o partido definiu seu candidato a governador. Não fosse assim, o PT iria ficar se arrastando até final de junho na indefinição. Neste sentido, Patrus teve um papel fundamental, pois a decisão dos filiados é muito superior a qualquer acordo. Fernando Pimentel agora reúne as condições para ganhar o governo de Minas. O PT unido é o principal ingrediente para ganhar o estado e eleger Dilma presidenta.
A direção estadual do PT recupera capacidade de construir a aliança necessária para um palanque forte em Minas e contará ainda com o Encontro Estadual em 22 de maio para fortalecer mais ainda a candidatura do PT ao governo de Minas.

Prévia PT Minas supera o quórum

domingo, 2 de maio de 2010

Já foi superado o quórum nas prévias do PT mineiro. Faltando duas horas para o encerramento da votação, balanço feito pelo Comitê de Patrus indica sua vitória.

Esvaziamento de prévia foi orquestrada

Está mapeado o movimento feito por apoiadores de Fernando Pimentel. Eles trabalharam desestimulando os Diretórios a realizarem a prévia. Diversos municípios deixaram de abrir as urnas e impediram os filiados de expressar sua opinião sobre o candidato a governador.
Este tipo de atitude é anti-partidária e despolitizante, processo que cada vez mais se aprofunda no Partido em Minas. A condução do processo é feita de forma extremamente fragmentada e o único objetivo parece ser impedir que Patrus seja o candidato ao governo. Custe o que custar. Que coisa feia!
Vamos ver se este movimento de não abrir a urna vai funcionar. O quórum é de 303 municípios, metade mais um dos municípios aptos. O quórum de filiados é de 15%, o que dá aproximadamente 16.000 filiados, o que será com certeza alcançado.
Patrus saiu na frente e até agora é com certeza o vencedor no estado. Vamos ver o resto do dia.

Classe trabalhadora tem muito a comemorar e muito a conquistar

sábado, 1 de maio de 2010

É verdade que os trabalhadores brasileiros têm muito o que comemorar. Nestes quase oito anos de governo Lula, do PT, o Brasil melhorou muito. A renda melhorou, os salários tiveram aumentos reais. O salário mínimo teve, além de ganhos reais, uma política permanente de recuperação vinculado ao crescimento do país. As Centrais Sindicais são respeitadas, participam de mesas de negociação com o governo e foram reconhecidas. Convenções importantes da OIT que estavam paralisadas, foram aprovadas. E todas as políticas sociais implantadas pelo governo desde 2003 tiraram milhões de brasileiros da pobreza, no campo e na cidade. O PAc e Minha Casa Minha Vida estão reforçando a infra-estrutura do país e enfrentando o problema histórico da falta de moradia. Mas é preciso avançar mais. A redução da jornada para 40h é muito importante no combate ao desemprego e na valorização do trabalho. Todas as políticas federais precisam continuar e superar seus novos desafios.
Para isso é fundamental que nas eleições de outubro o povo brasileiro possa escolher qual projeto quer para o Brasil: o que vai aprofundar as mudanças - com Dilma ou o retrocesso neo-liberal com Serra.
Quanto mais nitidez, mais fácil será a escolha do eleitor pró Dilma. Por isso, a definição de uma candidatura própria do PT em Minas, segundo estado da federação, é tão importante para a continuidade do nosso projeto de mudança social e política.
A candidatura de Patrus Ananias é a que tem mais identidade com nosso governo federal e com suas políticas de inclusão social. Patrus pode liderar um palanque unificado com quase toda a base aliada federal. Parte dessa base já é do Aécio desde sempre.
O eleitor mineiro que fizer a opção pela continuidade da mudança no plano federal deve ser instado a iniciar a mudança em Minas. E não a acomodação tacanha de quem faz o discurso da conciliação com os tucanos mineiros. Este rebaixamento já está custando muito caro ao PT e ao projeto de mudanças que representamos para parcela considerável da população.
Se o escolhido for o ex-prefeito Fernando Pimentel, também todo PT precisa estar unido para apoiá-lo e construir um palanque alternativo aos tucanos, elegendo um governador com as forças de oposição.