domingo, 21 de março de 2010
- Luis Nassif, em 20 março 2010 às 10:30
O jogo ficou assim:
1. Veja informou que o Vaccari foi denunciado pelo doleiro (que ela chama de consultor financeiro) em um sistema de delação premiada. Deu como provas o relatório sigiloso do depoimento, que estaria no inquérito
do “mensalão”. Só disse isso, não apresentou provas maiores. O leitor
fica dependendo, então, de confiar na palavra do repórter. Pouco antes,
noticiou que o promotor Blat pediria a quebra do sigilo de Vaccari,
devido à suspeita de que tivesse havido desvios para financiamento de
campanha. São duas denúncias sem apresentação de provas, baseadas
exclusivamente na palavra de duas pessoas: do repórter e do procurador. O
PT desmentiu, Vaccari desmentiu. Até aí, morreu Neves. É a palavra de
um lado contra a do outro.
2. Aí vem o juiz – que recebeu o pedido de quebra do sigilo de Vaccari – e espinafra o promotor. Acusa-o de promover eventos puramente políticos, já que não havia nada que fundamentasse seu novo pedido. Ou
seja, a palavra do promotor foi para vinagre.
3. Depois, vem a procuradora de São Paulo que colheu os depoimentos de Funaro. E garante que o nome de Vaccaro sequer foi mencionado. Desmontou a palavra do repórter.
4. A revista volta ao tema esta semana, espinafra a defesa do PT, critica os que falam de “mídia golpista” mas sobre os desmentidos oficiais à matéria, nada.Fala sobre “evidências” na cobrança de propinas
que já haviam sido desmontadas pelo juiz e pela procuradora – em
informações que se espalharam por toda a Internet e por todas as
redações do país. Depois do desmentido da procuradora, o jovem repórter
Diego Escosteguy ficou sob suspeita de ter inventado uma matéria. Ele
não pode simplesmente responder indignando-se com a não resposta do PT.
Seu papel, agora, é mostrar as provas de que a matéria da semana passada
não foi inventada, inclusive para não prejudicar uma carreira
promissora.
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