Venda do Colégio Dom Bosco em Cachoeira do Campo é ilegal

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Também fui salesiano e concordo com o prof. Délcio, texto abaixo. O Colégio em Cachoeira do campo foi doado pelo governo aos Salesianos. Além disso constitui patrimônio da nossa história. Os Salesianos não têm o direito de re4solver seus problemas financeiros com a sua venda. Leiam o texto, elucidativo:Venda do Colégio Dom Bosco
Délcio Vieira Salomon, Professor livre docente da UFMG, aposentado

Acaba de ser cometido um dos maiores atentados ao patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais: a venda do Colégio Dom Bosco e toda a sua área em volta, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Região Central do estado. Seja qual for a justificativa da Congregação Salesiana, este ato comercial precisa ser urgentemente anulado. Há pouco lancei o meu Quase memória de uma rua sem memória. Há um momento que falo do Colégio Dom Bosco, com saudade, porque fui salesiano, e lá passei algum tempo de minha vida. Importa reproduzir o texto: “Mais do que qualquer outro educandário dos salesianos no Brasil, o Dom Bosco é o mais emblemático, pois sua história está ligada pessoalmente ao próprio fundador da Congregação Salesiana. Acredito que foi o primeiro educandário no mundo com o nome Dom Bosco, pois o fundador da Congregação Salesiana morreu em 31 de janeiro de 1888 e, em vida, não permitiria usasse seu nome para tal tipo de homenagem. Em 1883, o conde D’Eu, marido da princesa Isabel, genro de dom Pedro II, encontrou-se com dom Bosco em Paris e, em nome do sogro, lhe fez o convite de enviar ao Brasil os salesianos. Garantiu-lhe o futuro da obra salesiana num país tão promissor, mas carente de escolas.

A vinda dos salesianos para o Brasil se deu com a criação do Colégio Santa Rosa de Niterói, em 1883. Em 1885, foi criado o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo. Por pouco não teria sido o colégio de Cachoeira do Campo o pioneiro. O prédio onde funcionou o colégio foi inicialmente o Quartel dos Dragões Del Rey, construído em 1775. Nele trabalhou o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, por isso pode ser considerado um dos berços da liberdade do Brasil. Naquele mesmo prédio, foi fundado, em 9 de junho de 1775. Este, mais tarde, passou a ser a bicentenária. Ainda se encontra, para ser apreciada, significativa peça: um brasão do mestre Antônio Francisco Lisboa, esculpido em 1779. Em 1854, o Parlamento brasileiro doou à Província de Minas as terras e prédios, como núcleo colonial de Ouro Preto.

Em 1888, o imperador dom Pedro II confirmou a doação das terras e do Quartel dos Dragões Del Rey à Província de Minas Gerais. Em 1889, o regime republicano repetiu a confirmação, como estadual’. Em 1893, em 22 de maio, foi sancionada pelo presidente Afonso Pena a Lei Estadual 43, concedendo as terras, prédios e subvenção de 30 contos de réis aos salesianos. Em 1895, o colégio já estava pronto para receber o fundador, o bispo salesiano dom Luiz Lasagna, quando se soube da trágica morte do ilustre prelado em Juiz de Fora, num encontro de trens, na estação de Mariano Procópio, em 6 de novembro de 1895. Somente em 24 de maio de 1896 deu-se a inauguração oficial da escola agrícola, como Escola Dom Bosco, dirigida pelo padre Carlos Peretto. Já nas primeiras décadas do século 20, o educandário passou a chamar-se Colégio Dom Bosco”.

Admira-me e até me causa revolta a coragem dos salesianos. Tendo recebido de graça todo aquele patrimônio, agora por causa do vil metal, num passe de mágica, apagam todo um passado histórico como o do Colégio Dom Bosco. Fica o meu apelo às promotorias públicas Federal e Estadual e à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais para que, urgentemente, ajam no sentido de anular todos os atos de venda do Colégio Dom Bosco e adjacências, em Cachoeira do Campo.

3 comentários:

K. Campos disse...

Na verdade, as informações sobre doações não estão corretas. O parlamento brasileira não doou estas terras em 1854, como consta do seu artigo e como consta da página dos salesianos. Nem o imperador fez tal doação. É preciso lembrar que D. Pedro II não tinha tal prerrogativa, pois as doações de patrimônio público só poderiam ser feitas por lei da assembléia legislativa. O imperador não tinha funções administrativas no Império e era tão somente poder moderador. Em 1881, num relatório do governo, o prédio aparece como próprio nacional, desmentindo a alegada doação de 1854, que nunca aconteceu de fato. Movimento O Dom Bosco é Nosso!

K. Campos disse...

Prezado Gleber,
Divulgue o movimento "O Dom Bosco é Nosso" e assine a nossa petição eletrônica no http://falaouropreto.com.br/?p=3795.

Cachoeirenses e ouropretanos agradecem.

Kátia

Unknown disse...

http://naodeixeacabarcomnossahistoria.blogspot.com/

Quero deixa meu apoio ha aqueles que são contra a destruição do antigo Quartel da Cavalaria de Minas que foi construido em 1779 podemos dizer que ali nasceu a liberdade pois Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes trabalhou. Não podemos esqueçer que muitos médicos , advogados se formaram no mesmo.