Quem é o dono do jatinho do Aécio ?

terça-feira, 26 de abril de 2011

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/22/quem-e-o-dono-do-jatinho-aecio/


O do Aécio é legal, mas perde para o Bombardier do Agnelli
Saiu no Blog dos Amigos do Presidente Lula:

Dono do jato “AeroAécio” foi aparelhado na presidência de estatal do governo de Minas

Depois que repararam que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anda em carro Land Rover da frota de carros de luxo de sua rádio, caiu na boca do povo que ele voa no jato prefixo PT-GAF (foto), avaliado em R$ 24 milhões.

A assessoria de imprensa do senador tucano explicou que o “Aeroaécio” pertence à empresa de táxi aéreo da família do banqueiro Gilberto de Andrade Faria, ex-dono do Banco Bandeirantes, padrasto de Aécio por cerca de 25 anos e falecido há 2. E que a aeronave é utilizada eventualmente, sem custos, por familiares.

O jato compõe a frota da empresa Banjet Táxi Aéreo Ltda.

Os donos da Banjet são Clemente de Faria (filho do ex-banqueiro) e Oswaldo Borges da Costa Filho.

Até aí é esquisito, mas ainda é problema particular.

A coisa complica quando o então governador Aécio nomeou um dos donos da Banjet, Oswaldo Borges da Costa Filho, para a presidência de uma estatal mineira: a CODEMIG (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).

Para piorar, a CODEMIG atua também junto a mineradoras, e Oswaldo Borges da Costa Filho foi empresário de mineração: diretor-presidente da Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá, e diretor-presidente da Companhia Mineradora de Minas Gerais.

Tem muita coisa errada por aí… onde o governo tucano de Minas parece viver, não numa república, mas numa côrte imperial, numa mistura de família com estado, com cargos e negócios para amigos, que emprestam bens, misturando o público com o privado.

Atenciosamente

Warley Ávila Costa
Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia/ENEBio
Ciências Biológicas
PUC Betim/MG

PSB aparelha Estado para salvar Deputado do Castelo, que não se elegeu

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Aparelhamento tucano pesado!
Publicado em 13-Abr-2011

Aliado político do governador tucano Antônio Anastasia e do novo líder da oposição nacional, senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-deputado Edmar (do castelo) Moreira (ex-DEM, agora PR/MG), foi nomeado vice-presidente da Minas Gerais Participações S.A. (MGI), empresa de economia mista do governo mineiro.

Conhecido como o deputado do castelo - mansão que construiu em Minas - Edmar é o pivô do escândalo que levou à reformulação das regras de uso da verba indenizatória da Câmara dos Deputados. Quando integrava o DEM, o parlamentar rebelou-se contra o partido, lançou-se candidato avulso, derrotou um colega demo e se elegeu 1º vice-presidente da Câmara, tornando-se assim, também, Corregedor-Geral da Casa.

No posto, um de seus primeiros atos foi defender a extinção do Conselho de Ética. Pouco depois, descobriram que ele usava notas fiscais de suas próprias empresas para justificar os gastos com a verba indenizatória concedida pela Câmara. O escândalo levou a uma mudança na sistemática de concessão da remuneração.

No ano passado, Edmar obteve 45,5 mil votos, não se elegeu e ficou como 8º suplente de sua coligação. Como, segundo o ditado, quem tem padrinho não morre pagão, apadrinhado por Aécio e Anastasia, Edmar agora é contemplado com um cargo do alto escalão do governo mineiro. Exatamente por uma administração do PSDB, partido que mais acusa o PT de aparelhamento da máquina pública.

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) é senador de Minas ou da mineradora Vale S.A.?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A pergunta se apresenta porque o demo-tucano andou defendendo os interesses de acionistas privados (grupo Bradesco) na mineradora Vale, ao tomar as dores de Roger Agnelli e acusar o governo federal (legítimo grande acionista) de interferir na empresa.
Ao mesmo tempo, soa como traição ao povo mineiro, o silêncio do senador quanto aos R$ 4 BILHÕES em royalties de mineração cobrados da empresa pelo DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral) e contestado na justiça pela empresa.
A maior parte destes R$ 4 bilhões são para os cofres públicos do estado de Minas Gerais, que o senador demo-tucano deveria representar e estar brigando por eles.
Pelo menos R$ 7,25 milhões em financiamento de campanha
A sensação de traição ao povo mineiro aumenta, quando se fica sabendo que o maior financiador oficial de campanha de Aécio e seus companheiros foram empresas coligadas da Vale e do Bradesco (o maior sócio privado da mineradora).
Em 2010 as maiores doações para a campanha ao senado de Aécio são ocultas através do diretório estadual do PSDB, mas o diretório tucano de Minas recebeu das seguintes empresas subsidiárias ou ligadas à Vale:
Vale Fertilizantes S.A.: R$ 2,05 milhões.
Vale Manganês S.A.: R$ R$ 2 milhões.
Bradesco (patrão de Roger Agnelli): R$ 2,2 milhões
Banco Alvorada (pertencente ao Bradesco): R$ 1 milhão
Só aí chega-se a R$ 7,25 milhões para financiar o tucanato mineiro comandado por Aécio.
Em 2006 foi a Vale, através da subsidiária Urucum Mineração S/A, a maior doadora oficial da campanha dele à reeleição de governador, com R$ 1 milhão.
Em 2002 a subsidiária Navegação Vale do Rio Doce S.A. doou R$ 600 mil, ficando entre os maiores doadores. Coincidentemente nunca se ouviu uma palavra do demo-tucano contra a compra bilionária de navios pela empresa na China, prejudicando empregos na indústria naval e do aço nacional.
Esses valores foram encontrados em uma pesquisa superficial, apenas de bater os olhos na prestação de contas ao TSE. Uma pesquisa detalhada, cruzando e somando os dados, pode chegar a números bem maiores ligados à mineradora e ao Bradesco.
Nenhum político recusa financiamento privado para conseguir se eleger nesse sistema que está aí (por isso o financiamento privado tem que acabar). Mas os bons homens públicos aceitam dentro do conceito de financiar a democracia, e não como integrantes da bancada de uma empresa.
O senador deveria defender os R$ 4 bilhões do povo mineiro, que o elegeu para representar o estado de Minas, e não a empresa privada, como se estivesse pagando favores da conta eleitoral.
Pela atuação do senador demo-tucano, até agora, os interesses privados da Vale estão mandando mais em seu mandato, do que os interesses do eleitor mineiro que depositou seu voto nele.
By: Os Amigos do Presidente Lula

ÂNGELO PEZZUTI DA SILVA, Militante da VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Este texto demonstra como é importante a Comissão da Verdade.


Carta O Berro..........................................................repassem

ÂNGELO PEZZUTI DA SILVA

Militante da VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR).

Angelo Pezzuti da Silva, nasceu em Araxá, Estado de Minas Gerais, no dia 27 de abril de 1946, filho de Carmela Pezzuti e Theofredo Pinto da Silva.

Cursou o primário no Grupo Escolar "Delfim Moreira" e o ginasial no Colégio "Dom Bosco", ainda em sua cidade natal. O curso científico, foi feito já em Belo

Horizonte, no Colégio "Padre Machado". lngressou na Faculdade de Medicina da UFMG, em 1964, onde permaneceu até 1968, optando por se especializar em

Psiquiatria. Ângelo tinha um temperamento alegre e extrovertido. Gostava de fazer amizades e cultivá-las.

Desde criança desenvolveu o gosto pela leitura e pelos estudos. Ainda cursando o primário, dedicou-se ao estudo de piano durante 2 anos. O gosto pela música

clássica, pela poesia, pelo teatro e pela leitura, principalmente dos autores regionais brasileiros mais intelectualizados e clássicos, acompanhou-o sempre.

Possuía grande fluência verbal, o que facilitava a exposição de suas idéias. Vivia intensamente, como se o momento presente fosse o mais importante. Era senhor

de uma ternura especial, mesclada de um certo ar irônico.

Sua militância política iniciou-se, efetivamente, no Colégio Padre Machado, onde participou do curso de alfabetização de adultos. Aí também já sofreu os

primeiros "cortes": foi eleito Presidente da Associação de Alunos e Diretor do Curso de Alfabetização, mas seu nome foi vetado pelo Diretor do Colégio, pelas

suas posições políticas de esquerda e questionamentos religiosos.

Na Faculdade de Medicina, de imediato integrou-se ao movimento de estudantes que visava a ampliação de vagas na Universidade Federal de Minas Gerais e a

absorção dos chamados "excedentes". Sua participação seguiu-se no Centro de Estudos de Medicina - CEM, no Diretório Acadêmico, e no "Show Medicina".

Em todas as frentes, lá estava o Ângelo participando.

Em busca de outras alternativas políticas, ingressou na Política Operária (POLOP) e, em 1967, juntamente com outros companheiros (Apolo Heringer e Carlos

Alberto Soares de Freitas) constituíram a primeira direção do COLINA (Comando de Libertação Nacional) que tinha como objetivo a luta armada como

instrumento de transformação social. Sempre esteve à frente dos grandes projetos da Organização - foi uma liderança intelectual, e participou das primeiras

ações armadas desde 1968.

Em 13 de janeiro de 1969 foi preso pelo DOPS, em Belo Horizonte. Inaugura-se, aí, um tempo de passagem por várias prisões: em Belo Horizonte, no Rio de

Janeiro e, depois, retornando a Minas, sendo levado para a prisão de Linhares, em Juiz de Fora.

Sofreu, nesta trajetória, vários tipos de tortura física e psicológica. Entretanto, o que mais marcou foi a obrigação de assistir, na Vila Militar do Rio de Janeiro, a

uma aula de tortura ministrada pelo Exército para 100 oficiais, onde alguns presos serviam de cobaia e, dentre os presos-cobaias, estava seu próprio irmão,

Murilo. Estas aulas eram dadas por diversos torturadores, entre eles o contraventor "Capitão Guimarães".

Juntamente com outros companheiros de Linhares, elaborou o "Documento de Linhares" denunciando as torturas e suas conseqüências dentro das prisões. Este

foi o primeiro documento, no gênero, elaborado no Brasil e encaminhado às autoridades brasileiras que ignoraram o seu conteúdo. Foi amplamente divulgado no

exterior.

Em 1970, Ângelo foi banido do país, trocado juntamente com outros 39 companheiros, inclusive seu irmão Murilo, pelo Embaixador Alemão. Ficaram exilados

na Argélia.

Em 1971 foi para o Chile, onde se encontrou com sua mãe Carmela, também banida do Brasil por suas atuações políticas. E aí casou-se com Maria do Carmo

Brito, com quem teve seu único filho, Juarez, que está com 23 anos cursando Ciências Biológicas na UNICAMP. Carmela vive hoje em Belo Horizonte sendo,

ao lado de sua irmã Ângela, os maiores símbolos da fibra desta família na resistência à ditadura.

Em 1972, por seus contatos com grupos chilenos que lutavam pelo socialismo, foi preso e torturado por policiais brasileiros que lá se encontravam, sendo

libertado logo em seguida.

Ainda no Chile, batalhou para provar a infiltração do cabo Anselmo nos meios revolucionários brasileiros, tentando convencer os companheiros que Anselmo era

um traidor e responsável por várias quedas e mortes.

Em seguida, veio o golpe chileno, o que o levou a pedir asilo na embaixada do Panamá. Sua permanência no Panamá foi curta, indo para a França, onde logo se

integrou ao Comitê Brasileiro cujo objetivo era obter asilo na Europa para outros companheiros brasileiros, chilenos, uruguaios que estavam em situação irregular

na América Latina. Com esse objetivo, viajou pela Europa fazendo contatos com as entidades de Direitos Humanos.

Em Paris, participava de um grupo de estudos que analisava o movimento histórico da América Latina e de grupos de apoio aos presos no Brasil.

Por duas vezes - a primeira no Chile e a segunda na França - Ângelo retornou aos seus estudos de Medicina, conseguindo formar-se, em Paris, em meados de

1975, como Psiquiatra.

No dia 11 de setembro de 1975, Ângelo morreu em um acidente de motocicleta em Paris. Seu corpo foi cremado no Cemiterio Père Lachese onde estão os

maiores heróis franceses e, em 1976, trazido para o Brasil. Suas cinzas foram colocadas no Cemitério das Paineiras em Araxá, sua terra natal.

Sobre sua morte, seu amigo Herbert Daniel escreveu:

"... não saberemos se foi seu gosto pela ironia que determinou a escolha da

data, aniversário do golpe do Chile. Ângelo escapou da cadeia no Brasil, escapou

do golpe no Chile; mas não escapou da sua ânsia de viver demais. Não viveu para

ver nenhum resultado. Este é o resumo brutal de todas as mortes provisórias..."

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+ detalhes.

10.11.07
Aulas de Tortura: os Presos-Cobaias

Aulas de Tortura: os Presos-Cobaias

O estudante Angelo Pezzuti da Silva, 23 anos, preso em Belo Horizonte e torturado no Rio, narrou ao Conselho de Justiça Mili­tar de Juiz de Fora, em 1970:

10.11.07
Aulas de Tortura: os Presos-Cobaias

Aulas de Tortura: os Presos-Cobaias

O estudante Angelo Pezzuti da Silva, 23 anos, preso em Belo Horizonte e torturado no Rio, narrou ao Conselho de Justiça Mili­tar de Juiz de Fora, em 1970:

(...); que, na PE (Polícia do Exército) da GB, verificaram o interrogado e seus companheiros que as torturas são uma instituição, vez que, o interrogado foi o instrumento de de­monstrações práticas desse sistema, em uma aula de que participaram mais de 100 (cem) sargentos e cujo professor era um Oficial da PE, chamado Tnt. Ayton que, nessa sala, ao tempo em que se projetavam "slides" sobre tortura, mos­trava-se na prática para a qual serviram o interrogado, MAU­RÍCIO PAIVA, AFONSO CELSO, MURILO PINTO, P. PAULO BRETAS, e, outros presos que estavam na PE-GB, de co­baias; (...)

A denúncia é confirmada no mesmo Processo, por depoentes acima citados, como o estudante, de 25 anos, Maurício Vieira de Paiva:

(...) que o método de torturas foi institucionalizado em nosso País e, que a prova deste fato não está na aplicação das tor­turas pura e simplesmente, mas, no fato de se ministrarem aulas a este respeito, sendo que, em uma delas o Interrogado e alguns dos seus companheiros, serviram de cobaias, aula esta que se realizou na PE da GB, foi ministrada para cem (100) militares das Forças Armadas, sendo seu instrutor um ten. HAYTON, daquela UM.; que, à concomitância da proje­ção dos "slides" sobre torturas elas eram demonstradas na prática, nos acusados, como o interrogado e seus companhei­ros, para toda a platéia; (...)

(...); que, na PE (Polícia do Exército) da GB, verificaram o interrogado e seus companheiros que as torturas são uma instituição, vez que, o interrogado foi o instrumento de de­monstrações práticas desse sistema, em uma aula de que participaram mais de 100 (cem) sargentos e cujo professor era um Oficial da PE, chamado Tnt. Ayton que, nessa sala, ao tempo em que se projetavam "slides" sobre tortura, mos­trava-se na prática para a qual serviram o interrogado, MAU­RÍCIO PAIVA, AFONSO CELSO, MURILO PINTO, P. PAULO BRETAS, e, outros presos que estavam na PE-GB, de co­baias; (...)

A denúncia é confirmada no mesmo Processo, por depoentes acima citados, como o estudante, de 25 anos, Maurício Vieira de Paiva:

(...) que o método de torturas foi institucionalizado em nosso País e, que a prova deste fato não está na aplicação das tor­turas pura e simplesmente, mas, no fato de se ministrarem aulas a este respeito, sendo que, em uma delas o Interrogado e alguns dos seus companheiros, serviram de cobaias, aula esta que se realizou na PE da GB, foi ministrada para cem (100) militares das Forças Armadas, sendo seu instrutor um ten. HAYTON, daquela UM.; que, à concomitância da proje­ção dos "slides" sobre torturas elas eram demonstradas na prática, nos acusados, como o interrogado e seus companhei­ros, para toda a platéia; (...)

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Comentários Políticos, por Wladimir Pomar

terça-feira, 12 de abril de 2011

11/04/2001

Fatos aparentemente desconexos

> A semana que passou foi marcada por fatos aparentemente desconexos.
> Num fato até então inédito no Brasil, um psicopata invade uma escola
> nos subúrbios do Rio, mata a tiros 12 crianças, fere mais de 20 e se
> suicida, após ser contido em sua fúria assassina pelo tiro de um
> policial. Noutro fato, também inédito nas relações internacionais do
> Brasil, a Organização dos Estados Americanos, por solicitação de uma
> entidade brasileira, exige do governo brasileiro a paralisação das
> obras da hidrelétrica de Belo Monte. Finalmente, num fato
> surpreendente para algumas correntes do PT, que tinham a esperança de
> contar com Aécio Neves como aliado, o ex-governador de Minas faz um
> discurso no Senado, tendo como alvo principal de seus ataques
> justamente o PT e sua história, em contraposição à história do PSDB.
>
> No primeiro fato, se seguíssemos com atenção os noticiários dos meses
> mais recentes, poderíamos ter presumido que algo de mais grave estaria
> por acontecer. Crimes sucessivos, envolvendo jovens e crianças, sem
> motivação muito clara, vinham se repetindo numa sucessão macabra em
> quase todos os estados do país. Quase todos com armas de fogo
> nacionais, adquiridas legal ou ilegalmente.
>
> Paralelamente, pela coragem de uma mulher do povo, descobriu-se que as
> patrulhas policiais haviam criado uma nova forma de fazer justiça com
> as próprias mãos, matando infratores à queima roupa, e
> transportando-os a seguir para hospitais, como feridos em tiroteio.
> Nos boletins de ocorrência constavam mortes durante o transporte de
> socorro. Apenas em São Paulo, suspeita-se do assassinato de mais de
> 450 pessoas através dessa nova modalidade. Dificilmente se pode crer
> que esta seja uma criação exclusivamente paulista.
>
> Temos, pois, num crescendo, uma preocupante banalização da violência
> criminal, individual e coletiva, na contramão do arrefecimento da ação
> armada de traficantes e outros tipos de banditismo, pelo menos no Rio
> de Janeiro, possivelmente pressionando a ação de psicopatas.
>
> No segundo fato, encontramos a tentativa explícita de interferência
> nos assuntos internos de um país. Os Estados Unidos já haviam voltado
> a proclamar seu direito de declarar guerras preventivas, como fizeram
> no Afeganistão e no Iraque. Agora, juntamente com França, Inglaterra e
> Itália, com suporte da OTAN, e utilizando uma resolução ambígua da
> ONU, interferem militarmente, descarada e abertamente, na Líbia,
> novamente a pretexto de derrubar um ditador.
>
> O mais chocante é que a imprensa, grande parte dos jornalistas, e
> mesmo setores de esquerda, acham isso normal. Não é por acaso, assim,
> que entidades que formalmente pretendem defender os índios e o meio
> ambiente, ao invés de mobilizarem o povo brasileiro para decidir as
> pendências nacionais, se arrogam o direito de apelar para um organismo
> internacional tomar a si a tarefa de tomar tal decisão. E que tal
> organismo, a OEA, ao contrário de se declarar incompetente para
> resolver problemas internos dos países, tenha achado natural exigir do
> governo brasileiro paralisar um de seus principais empreendimentos
> energéticos.
>
> Temos, pois, num crescendo, uma preocupante banalização da violência
> de interferência de potências e organismos internacionais nos negócios
> internos de países independentes, na contramão do desejo soberano dos
> povos decidirem seu próprio destino, seja contra ditadores, seja
> contra colonizadores, seja contra o tipo de vida que vinham levando.
>
> No terceiro fato, nos defrontamos com a liderança do PSDB, que
> pretensamente estabeleceria pontes de entendimento com o governo
> federal dirigido pelo PT, disparando torpedos contra esse partido. É
> provável que esta tenha sido a condição para um acordo interno da
> oposição de direita, através do qual Serra passa o cetro para Aécio,
> mas sob a condição deste não dar qualquer trégua ao PT. E, por mais
> que o novo líder tucano tenha se resguardado de fazer ataques frontais
> ao governo, não há dúvidas de que tais ataques estavam embutidos em
> sua tentativa de desqualificação do PT.
>
> Temos, finalmente, mais uma banalização da violência, desta vez na
> tentativa de mascarar o real papel histórico do PSDB e de esconder sua
> rápida transformação de um pseudo-partido social-democrata e
> progressista, num partido de direita, com tendências de se tornar
> ultra-direitista, no velho estilo da antiga União Democrática
> Nacional.
>
> O nexo da banalização da violência, seja da criminalidade bestial, da
> interferência descarada nos assuntos internos de países independentes,
> e da distorção da história, embora aparentemente através de fatos tão
> dispares, talvez contribua para alertar nosso povo de que estamos
> diante de fenômenos nacionais e internacionais que demandam a
> mobilização e a intensificação dos laços de solidariedade popular,
> democrática e nacional.
>
> Nesse sentido, é bem-vinda a decisão do professor Bresser Pereira, um
> dos fundadores do PSDB, que não só abandonou esse partido, como fez
> questão de desnudar sua verdadeira natureza. Segundo ele, já no
> governo FHC o partido caminhava para a direita muito claramente. Com a
> vitória do PT, em 2002, o PSDB continuou sua marcha acelerada para a
> direita e, desde 2006, tornou-se o partido dos ricos.
>
> Ainda segundo Bresser Pereira, pela primeira vez na história do Brasil
> houve eleições em que ficou absolutamente nítida a distinção entre a
> direita e a esquerda, ou seja, entre os pobres e a classe média e os
> ricos. E um partido dos ricos não lhe serve, seja pela sua posição
> social-democrata, seja pela sua posição nacionalista econômica. Ele
> reconhece que tanto ele quanto o PSDB mudaram. Este mais para a
> direita e ele um pouco mais para a esquerda, recuperando algumas
> ideias nacionalistas que achava muito importantes.
> Bresser Pereira também reconhece que a democracia sempre foi uma
> demanda dos pobres, dos trabalhadores, de classes médias republicanas,
> nunca foi dos ricos. Os ricos odeiam a democracia, embora digam que
> defendem. Se não têm ódio, pelo menos têm medo da democracia. Ele
> também retoma sua antiga posição de democrata radical, denunciando que
> a corrupção existe porque o capitalismo é essencialmente um sistema
> corrupto e os capitalistas estão permanentemente corrompendo o setor
> público.
> Finalmente, Brasser confessa que acreditava piamente na competição
> capitalista e não entendia o sentido do conceito de fraternidade.
> Apenas há pouco descobriu que ele é absolutamente fundamental, porque
> na sociedade capitalista existe uma quantidade muito grande de pessoas
> cuja capacidade de competir é muito limitada, e não são capazes de se
> defender da competição como devem. É por isso que ele considera o
> Bolsa Família um mecanismo altamente fraterno, solidário.
> Talvez sabendo a importância da solidariedade, há muito temos
> reiterado que o PSDB é o principal inimigo político do povo
> brasileiro, sendo inconsistente incutir qualquer ilusão a respeito de
> uma possível semelhança entre o tucanato e o petismo. Neste momento de
> tensão, causado pela banalização da violência criminal, da violência
> da interferência das potências e organizações nos problemas internos
> dos países, e da violência verbal da nova liderança tucana, é
> reconfortante constatar que Bresser Pereira redescobriu a fraternidade e a solidariedade.

Abaixo-assinado Pela reversão de propriedades históricas doadas a particulares para fins educacionais ao patrimônio público

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Abaixo-assinado Pela reversão de propriedades históricas doadas a particulares para fins educacionais ao patrimônio público

Venda do Colégio Dom Bosco em Cachoeira do Campo é ilegal

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Também fui salesiano e concordo com o prof. Délcio, texto abaixo. O Colégio em Cachoeira do campo foi doado pelo governo aos Salesianos. Além disso constitui patrimônio da nossa história. Os Salesianos não têm o direito de re4solver seus problemas financeiros com a sua venda. Leiam o texto, elucidativo:Venda do Colégio Dom Bosco
Délcio Vieira Salomon, Professor livre docente da UFMG, aposentado

Acaba de ser cometido um dos maiores atentados ao patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais: a venda do Colégio Dom Bosco e toda a sua área em volta, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Região Central do estado. Seja qual for a justificativa da Congregação Salesiana, este ato comercial precisa ser urgentemente anulado. Há pouco lancei o meu Quase memória de uma rua sem memória. Há um momento que falo do Colégio Dom Bosco, com saudade, porque fui salesiano, e lá passei algum tempo de minha vida. Importa reproduzir o texto: “Mais do que qualquer outro educandário dos salesianos no Brasil, o Dom Bosco é o mais emblemático, pois sua história está ligada pessoalmente ao próprio fundador da Congregação Salesiana. Acredito que foi o primeiro educandário no mundo com o nome Dom Bosco, pois o fundador da Congregação Salesiana morreu em 31 de janeiro de 1888 e, em vida, não permitiria usasse seu nome para tal tipo de homenagem. Em 1883, o conde D’Eu, marido da princesa Isabel, genro de dom Pedro II, encontrou-se com dom Bosco em Paris e, em nome do sogro, lhe fez o convite de enviar ao Brasil os salesianos. Garantiu-lhe o futuro da obra salesiana num país tão promissor, mas carente de escolas.

A vinda dos salesianos para o Brasil se deu com a criação do Colégio Santa Rosa de Niterói, em 1883. Em 1885, foi criado o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo. Por pouco não teria sido o colégio de Cachoeira do Campo o pioneiro. O prédio onde funcionou o colégio foi inicialmente o Quartel dos Dragões Del Rey, construído em 1775. Nele trabalhou o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, por isso pode ser considerado um dos berços da liberdade do Brasil. Naquele mesmo prédio, foi fundado, em 9 de junho de 1775. Este, mais tarde, passou a ser a bicentenária. Ainda se encontra, para ser apreciada, significativa peça: um brasão do mestre Antônio Francisco Lisboa, esculpido em 1779. Em 1854, o Parlamento brasileiro doou à Província de Minas as terras e prédios, como núcleo colonial de Ouro Preto.

Em 1888, o imperador dom Pedro II confirmou a doação das terras e do Quartel dos Dragões Del Rey à Província de Minas Gerais. Em 1889, o regime republicano repetiu a confirmação, como estadual’. Em 1893, em 22 de maio, foi sancionada pelo presidente Afonso Pena a Lei Estadual 43, concedendo as terras, prédios e subvenção de 30 contos de réis aos salesianos. Em 1895, o colégio já estava pronto para receber o fundador, o bispo salesiano dom Luiz Lasagna, quando se soube da trágica morte do ilustre prelado em Juiz de Fora, num encontro de trens, na estação de Mariano Procópio, em 6 de novembro de 1895. Somente em 24 de maio de 1896 deu-se a inauguração oficial da escola agrícola, como Escola Dom Bosco, dirigida pelo padre Carlos Peretto. Já nas primeiras décadas do século 20, o educandário passou a chamar-se Colégio Dom Bosco”.

Admira-me e até me causa revolta a coragem dos salesianos. Tendo recebido de graça todo aquele patrimônio, agora por causa do vil metal, num passe de mágica, apagam todo um passado histórico como o do Colégio Dom Bosco. Fica o meu apelo às promotorias públicas Federal e Estadual e à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais para que, urgentemente, ajam no sentido de anular todos os atos de venda do Colégio Dom Bosco e adjacências, em Cachoeira do Campo.